Maria Luiza adora interagir com a professora, a admirada Tia Carla - Imagem Arquivo Pessoal
Maria Luiza adora interagir com a professora, a admirada Tia CarlaImagem Arquivo Pessoal
Por Luciana Guimarães
Niterói - Difícil olhar pra trás e não recordar daquele professor que marcou nossas vidas. Aquele, que fez muito além de ensinar didaticamente português ou matemática. Seja pelas palavras de incentivo, seja pelo carinho acolhedor com que permearam nossa infância, sempre tem um educador que arranca um sorriso do rosto ao ser lembrado.
No nosso histórico escolar e emocional, todos temos pelo menos um desses profissionais que deixaram marcas profundas e lições que perduram diariamente, mesmo que inconscientemente.
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O ano letivo mais difícil do século acabou e esses mestres merecem ainda mais nossa admiração e respeito. Mais do qualquer outra profissão, os professores se viram envoltos em um turbilhão de novidades e tendo que se desdobrar para continuarem exercendo com maestria esse "chamado" que é o lecionar. Em meio à vídeos para youtube, aulas em grupo e a saudade da sala de aula, eles se depararam com a exaustão e a incerteza características do momento atual.
Foram tantos problemas que fica até difícil enumerar. Uma gama de incertezas, desconhecimento, medo, despreparo em todos os níveis e até preocupações como, por exemplo, com a própria saúde mental e física de todos os envolvidos. Entretanto, concluiu-se que mesmo com tantas dificuldades e desafios encontrados, a educação à distância continua sendo uma opção favorável para que o conhecimento seja repassado mesmo quando o contato físico entre professores e alunos não é uma opção.
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É fato que nenhuma instituição de ensino e sequer as famílias dos alunos estavam esperando por tal situação, mas todos tiveram de enfrentá-la e ainda seguem enfrentando. Afinal, até que todos estejam vacinados, por enquanto, nada muda.
2021 vem ainda arrastando a corrente da dúvida. 
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O que as crianças aprendem nos seus anos de formação pode moldar os homens e mulheres que eles se tornarão mais tarde. Bons professores tornam as experiências educativas dos seus alunos bem sucedidas, mesmo sob condições adversas. Bons professores podem ajudar a adquirir aprendizagens e competências, e acima de tudo: formam cidadãos de bem, que são gentis, empregam a empatia e podem fazer diferença em um mundo que, definitivamente, precisa de olhares mais sensíveis.
Muito querida no meio acadêmico, seja por colegas de profissão, seja por alunos e pais, graças ao seu jeito carinhoso, dedicado e entregue; a professora Carla Babo, da escola Tempo de Aprender em Icaraí, já viu centenas de jovens se formarem e guarda ela também, uma recordação de cada um deles. "A gente quer que eles nos guardem no coração, que mesmo adultos lembrem não só das lições, mas de cada ensinamento e que sejam pessoas felizes. Eles são um pouco nossos filhos também, a gente torce e vibra com as conquistas. Eu não escolhi ser professora, a vida de professora que me escolheu e prezo muito o que faço.", declara, emocionada.
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Ana Luiza e Letícia, ambas de 7 anos, alunas da docente, se derretem ao falar dela. 
"Sinto falta de encontrar tia Carla e poder abraçá-la. Ela ensinou tudo pra gente e eu gosto muito dela. Mas adoro que mesmo com o coronavírus, ainda pude vê-la na minha tela do computador.", conta Ana Luiza.
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Letícia reforça o coro: "Eu queria ter mais aulas e poder conversar mais com ela. Quando acabava o tempo, ficava morrendo de saudade e ansiosa pelo próximo encontro virtual da gente. Quero mais ano que vem."
Em suma, um bom professor é um modelo para os seus alunos que tendem a segui-lo, mesmo que involuntariamente, em muitos aspectos. Ele trabalha autoestima, dá asas às competências e ambições e deixa um legado. De valores, de caráter e de esmero.
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"Está claro agora que a experiência educacional é, mais do que uma mera transmissão de conhecimentos, um processo de interação social e interpessoal entre alunos e professores, e entre estes e pais, em que as ações são de fundamental importância e interferem em aprendizado, evolução, sociabilidade e construção de cada ser.", afirma a pedagoga Christiane Brantes.
Incansáveis, apesar da pandemia, mesmo em casa, continuam trabalhando e cumprindo suas jornadas de trabalho, engajados em fazer com que os alunos não fiquem tão prejudicados em relação ao calendário acadêmico. E simultaneamente tentando fazer com que esses estudantes não percam o interesse nas aulas. Uma tarefa árdua, principalmente para os menores.
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"No começo o difícil foi entender como alcançar as crianças no conteúdo e mantê-las entusiasmadas e envolvidas. Agora é manter cada um encorajado e impelido, sempre respeitando suas particularidades que precisam ser entendidas e levadas em consideração. Ensinar é transmitir o que tenho de melhor, quero deixar em cada um deles um pouquinho de mim, da minha experiência e tenacidade.", relata Fernanda Brigagão, outra fascinada pela profissão.
A estudiosa Beatriz, de 7 anos, sentava para assistir os vídeos, mas é somente quando a "tia" aparecia em cena, que os olhos da menina brilhavam: "Ela estava sentindo muita falta da professora, das brincadeiras, do ambiente lúdico que ela sempre trouxe pra minha filha. Com aulas on-line, os dias que ela sabia que veria a tia Thayane, eram os que a deixavam animada.", conta a mãe, Cristina Baptista. 
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Não se sabe ainda como será o futuro pós covid, mas o que dá pra saber é que os professores continuam sendo uma “ferramenta” de esperança aos nossos estudantes, mostrando a eles que um novo horizonte está por vir. Mas, sobretudo é necessário reconhecer que a valorosa atuação de cada um deles é importante em nossa sociedade ontem, hoje e sempre.