“Foi sensacional ver meu projeto contemplado! Antes, seria um combo de mostra das obras, roda de conversa com presença do público e visitas guiadas com agendamento de grupos da área social e da educação, também com a presença da comunidade surda da cidade, que contaria com um intérprete de Libras.Conforme o isolamento social foi crescendo, adaptei para a criação de um site que reúne a mostra exibida, fazendo uso de uma tecnologia de tour virtual 3D, com escaneamento da exposição real (montada fisicamente no espaço). Ela ficará disponível para acesso por um ano no meu site. É só acessar o link, também disponível pelo endereço do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno no Google Street View”, conta Cibelle, acrescentando que a pesquisa se tornou tão profunda que deu origem ao seu trabalho de conclusão de curso em Pintura na Escola de Belas Artes da UFRJ.
A partir das transformações, a exposição ainda ganhou uma websérie chamada “Poder e Aura quadro a quadro”, com 21 vídeos apresentados pela artista, nos quais ela conta sobre a pesquisa e esmiúça detalhes das obras expostas (também com versões legendadas), sendo disponibilizados pelo YouTube e vinculados à página da exposição. Todo o material estará disponível no site cibellearcanjo.com/podereaura. A curadoria da mostra ficou a cargo de Joyce Delfim.
“Joyce é uma jovem curadora genial, que conheci através da minha amiga e também artista Marcela Cantuária. Ela é formada em História da Arte pela UERJ, com período sanduíche na Universidad de Jaén, Espanha. Atua como curadora independente e já tinha feito a curadoria de algumas exposições da Marcela. O olhar sensível e atento aliado a textos críticos e posicionamentos sempre interessantes em conversas nossas me impulsionou a estender o convite a ela, já no período de pandemia. Ela aceitou e, inclusive, fez a expografia à distância”, explica Cibelle.
“Poder e Aura” é uma pesquisa na qual a artista investiga e analisa criticamente o vínculo de imagens contemporâneas dos canais de mídia de massa com a cultura da violência e medo, criando e expressando em obras que utilizam a pintura como linguagem. A exposição traz a oportunidade do público ser transportado para uma visão, ao mesmo tempo, ampla e minuciosa sobre o que nos envolve enquanto uma sociedade. Além de aproximar o público do pensamento crítico e das formas de criação particulares que a artista tem.
“Muitas das aparições e manifestações no nosso meio social influenciam e moldam comportamentos sociais, individuais e vice-versa. Na maior parte do tempo, isso não é percebido de forma consciente e involuntariamente colaboramos reforçando aquilo que também nos causa medo e insegurança. Meu esforço aqui é o de chamar a atenção e a consciência com pensamentos críticos e olhar mais sensível para as conexões que os comportamentos têm, com seus espelhamentos na produção midiática e também imaginária de todos nós”, finaliza Cibelle.
Exposição contemplada pelo edital de fomento às artes 007 da Secretaria Municipal das Culturas | Fundação de Arte de Niterói (FAN).