Tacy ficou conhecida nacionalmente por seu trabalho como protagonista de Cássia Eller - O Musical.Divulgação
Tacy: “Quarto Mundo” é o mundo de todos nós, o mundo dos casais, dos casamentos, dos confinados, dos corajosos. É preciso coragem para viver a dois, eu acho. Durante a pandemia, pra muita gente o quarto foi seu mundo inteiro. Mas apesar da solidão implícita, o álbum fala de amor e é fruto de um encontro amoroso que realmente começou num quarto, no início da relação, então… Só podia ser esse nome (risos).
Tacy: Uma fase mais orgânica, inevitavelmente romântica e minimalista. Menos é mais, sabe? Menos instrumento, menos porrada, menos barulho. Tô abrindo espaço pra florescer outras coisas, mais poesia, mais essência. O casamento me forçou a abrir os olhos para horizontes que eu não via antes. Acredito que o álbum seja um reflexo desse período de amadurecimento.
Tacy: Comunicação, em forma de música, poesia, de vídeo e de prosa. Ando bem mais conversadeira nos últimos tempos e tô no finzinho do meu ano de Gêmeos, que veio pra me forçar a quebrar as últimas portas de introspecção. Ainda sou tímida, mas aprendi a me comunicar. E quero falar com elas, dançar e pular com elas. O show pode ter uma pegada intimista, mas é animado (risos).
Tacy: Espero que todos possam curtir e apreciar esse trabalho nesse show. Que todos possam se divertir tanto quanto eu e meus colegas no palco. Música salva!
fugir da semelhança e aceitei continuar a cantar Cássia. Quando eu dei o que as pessoas queriam, elas passaram a me notar e a prestar atenção nas coisas que eu digo nas canções, me ouvir de verdade. Nem todo mundo que me ouve cantar Cássia, fica pra ouvir a Tacy. Mas quem fica, fica. Fica porque gostou do que viu e ouviu.
Tacy: Ah, ainda existe muito! Trabalho com música profissionalmente a quase dez anos e quase todos os círculos musicais são majoritariamente masculinos. Sempre tem um comentário soberbo, uma piadinha preconceituosa, uma manipulação sutil. Acredito que na época da Cássia não era diferente, senão pior. E como lidar com essa merda? O que eu tento fazer, pelo menos onde circulo, é não baixar a guarda ou aceitar tentativas de dominação. Gosto de tocar com vários músicos, aceito opiniões, aceito novas ideias, mas
me coloco de igual com qualquer músico. Acho que quem tá junto tocando, tá ali pra agregar. Achar que sabe mais porque nasceu com colhões, é o fim pra mim, não tenho paciência. Agora, pra além da realidade que a gente toca, o machismo ainda dita muitas regras sociais, condutas profissionais, as boas oportunidades e os melhores cachês. Mesmo que você se desconstrua, quebre tabus, conquiste espaço e respeito, ainda está refém dos moldes estruturais machistas que cerceiam a nossa sociedade. É uma luta.
Tacy: Já tiveram dias melhores, embora nunca tenham sido exemplares, comparando com outros países. No atual governo, porém, é menos que esmola, é migalha de pão. O que ainda salva são as iniciativas privadas e algumas administrações regionais que conseguem melhorar a situação, mesmo que num alcance limitado. É inegável que Niterói, um tradicional celeiro de artistas, é uma cidade que investe em cultura e ainda bem.
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