Por bferreira
Rio - Concebidas para dar conforto, modernizar e agilizar o atendimento, as Delegacias Legais do Rio estão em péssimo estado. Paredes sujas, rachaduras no teto, cadeiras quebradas, infiltrações, fiações expostas, além de portas de vidro danificadas, fazem parte da realidade de unidades sem manutenção. O DIA percorreu 12 delegacias do estado e encontrou problemas em dez delas.
Na Baixada%2C a 54ª DP (Belford Roxo) é considerada a mais crítica. Além das rachaduras por todo lado%2C há buraco ao lado da sala do delegado Estefan Radovicz / Agência O Dia

Na Baixada, a 54ª DP (Belford Roxo) pode ser considerada a mais crítica. Além das rachaduras por todos os lados, há um buraco enorme na parede que fica ao lado da sala do delegado titular. Tetos descascados, banheiro feminino interditado, bebedouro sujo e cadeiras sem encostos reforçam o abandono.

A delegacia da Posse (58ª DP) também apresenta problemas. Uma parte da parede externa está sem os ladrilhos, que caíram há mais de um ano. Também há poucos assentos e a população fica do lado de fora. “Cheguei na Posse às 14h para fazer um registro e duas horas depois continuo sentada na frente da delegacia. Os bancos estão ocupados. Nada de conforto”, criticou a dona de casa Oneida Barreto, de 65 anos.
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No banheiro masculino da 77ª DP (Icaraí/Niterói), os dois únicos mictórios estão interditados e lacrados com plástico preto. Uma das portas principais da DP está com defeito. As Delegacias Legais foram criadas justamente para proporcionar melhor atendimento à população. No site oficial do programa, está descrito que o ‘projeto arquitetônico das Delegacias Legais foi criado para dar conforto ao cidadão e melhores condições de trabalho aos policiais com mobiliário padrão, moderno e funcional’.
Modernização passa longe
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Na Zona Sul, a prometida modernização do Programa Delegacia Legal está longe de acontecer. Em Copacabana, a 12ª DP teve porta de vidro danificada e substituída por uma fórmica. Em outra unidade da região, a 13ª DP (Posto Seis), há fios de telefones expostos e infiltrações.
Na Zona Norte, a 22ª DP (Penha) e a 21ª DP (Bonsucesso) também colecionam problemas. Na primeira, foi constatado que um emaranhado de fios está exposto na parte externa, com risco de acidentes.
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A assessoria do Programa Delegacia Legal informou que a manutenção era feita pela Polícia Civil desde 2008, mas que, após decreto do governo estadual, no dia 17 de abril, a Secretaria de Obras retornará com o serviço.
Sindicato reclama da conservação
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De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio, Fernando Bandeira, a situação das Delegacias Legais é crítica, principalmente na Baixada Fluminense.
“A maioria está caindo aos pedaços. O estado delas é caótico. Os policiais reclamam de infiltrações, ar-condicionado quebrado e problemas no sistema dos computadores. O pouco efetivo também preocupa, principalmente na Baixada”, lembrou Bandeira.
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Um agente, que pediu para não identificar seu nome e em qual delegacia trabalha, disse que, em menos de um ano, as Delegacias Legais já apresentavam problemas de estrutura. “Mesmo as que foram inauguradas há pouco tempo ficam logo destruídas”, contou, indignado.
Colaborou Marcelo Victor
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