Por thiago.antunes
Rio - A semana começou com um dia difícil no trânsito e nos transportes da Região Metropolitana. Logo às 6h30, mais um incêndio em casarão da Zona Portuária causou engarrafamentos que atingiram a Ponte e a Avenida Brasil.
Moradores de Niterói e São Gonçalo que optaram pelas barcas enfrentaram filas e grande demora, devido a mais um problema técnico em uma embarcação.

A volta para casa no Rio também foi complicada por um protesto contra o aumento das tarifas de ônibus, que chegou a fechar a Avenida Rio Branco, prejudicando o trânsito em diversas vias do Centro. Na estação da Praça 15, à noite, novas filas para o regresso de barca para Niterói.

Volta para casa%3A multidão enfrenta longa espera na Praça 15 no início da noiteCarlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia

Por volta das 9h, a espera para o acesso à estação Arariboia ultrapassava os 30 minutos. De acordo com a CCR, empresa que administra o serviço, a demora foi ocasionada por problemas técnicos em uma embarcação que faria a viagem de 8h10.

Segundo a empresa, após os reparos, a barca voltou a operar às 8h25 e que às 9h20 a situação já estava normal. Mas, equipe do DIA constatou que somente depois das 10h o acesso foi normalizado.

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A analista contábil Teresa Pelodan, de 58 anos, estava na fila às 9h27 esperando para embarcar para a Praça 15.
Segundo ela, todos os dias a espera é longa e muitas vezes chega a 30 minutos. “Acho um absurdo pagarmos a tarifa de R$ 4,80 e não termos um serviço adequado de transporte”, reclamou.

Quem também teve problemas para embarcar e reclamou foi a recepcionista Raquel Toionaga, de 33 anos. Moradora de São Gonçalo, falou que antes de chegar à estação já havia enfrentado engarrafamento na Rodovia Niterói-Manilha.

Passageiros enfrentaram longas filas na Estação Araribóia%2C em NiteroíAlessandro Costa / Agência O Dia

“Todos os dias são assim. Geralmente segunda e sexta-feira são os piores dias. Ficamos mais tempo na fila esperando do que na barca em si. Mas hoje foi demais”, avaliou Raquel.

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Em nota, a CCR informou ainda que o aumento de 10% na procura colaborou para as filas em Niterói. Até às 10h, a concessionária informou que transportou mais de 30 mil passageiros. No período, foram realizadas quatro viagens extras para atender à grande demanda.
Na Zona Portuária, o incêndio, que destruiu o telhado de um sobrado na Rua Carmerino, 82, onde funcionava um hotel, fechou a via, entre a Rua Senador Pompeu e a Avenida Venezuela. Ninguém ficou ferido, mas os reflexos no trânsito foram grandes.
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Passageiros esperam mais de uma hora por ônibus
Quem mora em Niterói não reclama apenas dos problemas nas barcas. Muitos usuários de ônibus também enfrentam espera e conduções lotadas para chegar ao trabalho no Rio.
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A reportagem do DIA foi conferir a ‘via crucis’ de quem queria atravessar a ponte. Na linha 775 D (Charitas - Gávea), via Lapa, da Viação 1001, o intervalo entre dois ônibus, em plena hora do rush, foi de 1h03.
Passageiros precisaram ter paciência na manhã desta segunda-feira com enormes filas nas barcasAlessandro Costa / Agência O Dia

A equipe chegou ao principal ponto da Lapa, na Rua Mem de Sá, às 17h24 e o coletivo só passou às 18h27.

A empresa informou que a frequência programada para a linha nesse horário é de partidas a cada 15 minutos e que, porém, “os frequentes congestionamentos nas principais vias da cidade, tanto do Rio de Janeiro quanto de Niterói, podem prejudicar a operação”.
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A bióloga Natália Campos, 31 anos, mora em Icaraí e trabalha no Centro do Rio. No ponto aguardando o 775, ela disse que, em média, espera a condução por 40 minutos. “O ônibus é bom, tem ar e é limpo. Mas demora muito”, contou.
Ônibus lotados para São Gonçalo
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As reclamações de quem esperava para voltar para São Gonçalo ontem, à tarde, também são extensas. No ponto em frente à Prefeitura do Rio, o carpinteiro Alexandre Rocha, 35 anos, disse que falta carros na linha 565 (Venda das Pedras - Praça 15).
“Você fica esperando o ônibus um bom tempo e, quando vem, está lotado. É um absurdo pagar R$9 para nem sentar”, reclamou.
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Na mesma linha, até mesmo idosos costumam viajar em pé. É o caso da doméstica Leli Mignólia, de 64 anos: “Os ônibus vêm lotados e nem todos os passageiros dão lugar nos assentos para mim”.
O ajudante Kevyn Pimenta, de 19 anos, mostrou-se indignado com a lotação da linha 426 ( Estácio - São Gonçalo): “Nada pior do que viajar em pé com engarrafamento”.
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?Colaborou Amanda Raiter
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