Por tamyres.matos

Rio - O professor de química Ítalo de Souza Gatto, de 37 anos, morreu nesta terça-feira após nove dias internado no Hospital de Clínicas Mario Lioni (HCML). Ele foi baleado na cabeça, no último dia 16, quando saía de casa com a mulher e o filho de nove meses, na Rua Doutor Otávio Áscoli, Vila Centenário, acesso às comunidades Mangueirinha e Corte Oito, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Professor foi baleado na frente da mulher e do filhoarquivo pessoal

No último sábado, familiares, amigos e alunos do professor Ítalo, promoveram uma manifestação na porta do HCML, reunindo mais de 300 pessoas – que vestiam camisetas com a foto do professor, carregavam faixas pedindo paz e balões brancos. Os manifestantes deram um abraço simbólico em torno do prédio do hospital e rezaram um “Pai Nosso”.

Bala perdida

O professor é mais uma vítima da violência urbana na Baixada Fluminense. De acordo com depoimentos de testemunhas na 59ª DP (Caxias), Ítalo, acompanhado da esposa, a bancária Cristiane Barros, 35, tinha acabado de tirar seu carro — um Voyage — da garagem e, depois de ter colocado o filho no banco traseiro do veículo, voltou para fechar o portão.

Nesse momento, os disparos foram feitos por bandidos contra a guarnição da PM. Ítalo, preocupado com o filho, correu para protegê-lo e foi alvejado na testa. “Ele ainda pegou o bebê no colo, mas, ao ser baleado, deixou-o cair no chão”, contou um parente da vítima, ressaltando que o neném nada sofreu. Parentes do rapaz contaram que casal ia visitar uma tia com câncer, na Barra da Tijuca, Zona Oeste.

Ainda de acordo com familiares, o professor foi levado primeiro ao Hospital Municipal Moacyr do Carmo, mas lá não havia tomógrafo e nem neurologista, o que teria retardado o socorro.

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