Por bianca.lobianco

Rio - A Polícia Militar afirmou, em nota, nesta sexta-feira, que a tropa da PM foi atacada a pedradas por um grupo que usava máscaras e tentou romper o cordão de isolamento, durante manifestação que ocorreu na Rua Aristides Espínola, no trecho onde mora o governador Sérgio Cabral, na noite de quinta-feira. 

Manifestação terminou em tumulto e pancadariaDiego Assis /Agência O Dia

Três policiais militares ficaram feridos na cabeça, dentre eles um tenente que comandava parte da tropa. Três, das seis pessoas que foram presas após a ação do Batalhão de Choque, foram autuadas. 

"Após serem atacados, os policiais usaram spray de pimenta e bombas de efeito moral pra dispersar o grupo. Três promotores de Justiça Estadual acompanharam e consideraram legítima a ação da PM", diz nota. 

O governador Sérgio Cabral também emitiu um comunicado confirmando a posição da PM e lamentando o ocorrido. 

“Lamento que, entre os manifestantes próximos à minha casa, houvesse gente jogando pedra com interesse de conflito. A PM esteve presente e se comportou de forma pacífica para garantir a manifestação e, somente agiu, depois que as agressões se tornaram insustentáveis, sob risco de depredação de portarias, prédios, automóveis, e risco de pedradas em pessoas, por parte daqueles que estavam dentro da manifestação com esse intuito”, declarou.

Líder do movimento afirma que ação da polícia foi truculenta

Ativistas negaram a acusação e criticaram a ação violenta da polícia. Com balas de borracha, bombas de efeito moral, spray de pimenta e gás lacrimogênio, os militares conseguiram dispersar a multidão pelas ruas do Leblon. Houve tumulto e correria pela orla e ruas do bairro. Moradores ficaram assustados. A estudante da PUC, Luiza Dreyer, de 22 anos, porta-voz do movimento Ocupa Cabral, negou a agressão aos policiais e disse que a ação dos PMs foi truculenta.

A estudante de Ciências Ambientais da Uni-Rio, Mariana Cordeiro de Farias Vergueiro, de 20 anos, contou que enquanto os manifestantes eram dispersados PMs do Batalhão de Choque atiravam a esmo, inclusive em pessoas que passavam pelo calçadão ou tentavam se refugiar da confusão na areia da praia.

"Essa repressão toda só dá mais vontade de voltar lá na porta do Cabral e continuar pressionado. Manifestantes e PMs só estão aqui na delegacia por causa dele", acusou a estudante.

Manifestação terminou em tumulto e pancadariaAlexandre Brum / Agência O Dia

Mais transparência do estado

Dois dias depois de integrantes do movimento Ocupa Cabral, que estavam acampados há 10 dias na esquina do prédio do governador, terem sido expulsos por policiais do 23º BPM (Leblon), cerca de 500 pessoas, entre estudantes, ativistas de vários movimentos sociais, trabalhadores e críticos do governo de Sérgio Cabral voltaram ao local no início da noite de quinta-feira. Com faixas e cartazes eles gritaram palavras de ordem contra Cabral e cobraram mais transparência nas contas do estado.

Além de PMs do batalhão da área, a segurança foi reforçada por homens do Batalhão de Choque. A Avenida Delfim Moreira chegou a ser fechada nos dois sentidos, assim como a Avenida Niemeyer, no sentido Leblon.

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