Rio - A antiga capela da Paróquia de São Pedro Apóstolo, no bairro do Encantado, tombada como Patrimônio Cultural do Rio, está abandonada há dez anos e moradores temem que ela desabe.
Além das pichações e vidraças quebradas, o teto foi abaixo ano passado e são comuns relatos de invasão por moradores de rua e usuários de drogas.
Localizada na Rua Guilhermina, a capela, inaugurada em 1940, é parte da história do bairro. Foi considerada bem histórico do Rio em 1996. “Caem pedaços da fachada”, conta o estudante Thiago Cunha, que mora perto.
Responsável pela paróquia há três meses, o padre Lélio Antonio Magalhães culpou a gestão anterior pelo estado do prédio. “O antigo padre construiu a igreja nova e simplesmente deixou a outra cair”, reclamou. O antigo pároco, José Maria Cordero, atualmente vigário da Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, se defende.
“A igreja estava caindo, mas eu não podia mexer”, disse. Ele esteve à frente da São Pedro Apóstolo por mais de duas décadas. Segundo a Arquidiocese do Rio, cada paróquia deve arcar com suas despesas. O Instituto Rio Patrimônio da Humanidade se isentou, ressaltando que a responsabilidade pela preservação de bens tombados é do proprietário.
“A Universidade Gama Filho chegou a colocar um cartaz anunciando obras, mas o projeto não foi adiante”, comentou o aposentado Jorge Medeiros, que mora em frente à igreja. A reportagem não conseguiu falar com a direção da universidade.
Restauração
O padre Lélio prometeu iniciar um processo para tentar restaurar o imóvel. “Eu e o arcebispo Dom Orani Tempesta faremos contato com a prefeitura e informaremos aos órgãos públicos o que está acontecendo. Precisamos ver com o Eduardo Paes o que a gente pode fazer para reabrir a capela”, afirmou.
