Por bferreira

Rio - O Papa Francisco, ao que parece, periga furar a fila e virar santo antes de João Paulo II e João XXIII. Em entrevista coletiva ontem no Palácio Guanabara, o governador Sérgio Cabral botou na conta do Pontífice sua evidente mudança de estratégia para tentar acalmar as ruas, que ainda gritam no Rio: “A passagem do Papa me tocou. Eu estava precisando de humildade.”

Cabral%3A ‘Se a minha queda foi a maior%2C vou ouvir a opinião pública’Reuters

Enquanto falou de assuntos incômodos, Cabral foi tentando desfazer a imagem negativa que parece ter colado ao seu nome desde que começaram os protestos contra seu governo.

Fez promessas: “Meu comportamento será menos unilateral. Vou ouvir os dois lados.” Explicou que mora no Leblon porque seu governo “priorizou” as reformas dos palácios Guanabara e Laranjeiras (residência oficial). Garantiu que sua família não está mais usando os helicópteros oficiais para ir a Mangaratiba e que a Casa Civil está buscando uma forma de normatizar o uso do transporte por ele e o primeiro escalão. E ordenou a retirada das grades que protegiam o Palácio Guanabara nos protestos. Por fim, apelou para o coração dos manifestantes: “Na porta de casa... tenho filhos pequenos. Ali (Leblon)... é meu filho de seis anos, meu filho de 11 anos. Aqui (Palácio Guanabara)... é do jogo democrático. Não sou um ditador. Estou aberto ao diálogo. Faço apelo de coração, como pai... Meus filhos têm Facebook e ficam chateados com tudo o que vêem. É muito chato.”

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