Por tamyres.matos
Elisabeth usa uma das camisas com o nome do marido e a pergunta que ressoa: cadê o Amarildo?Alessandro Costa / Agência O Dia

Rio - O policial militar Juliano da Silva Guimarães vai prestar depoimento na próxima semana após fazer uma denúncia que pode ser crucial para a investigação do desaparecimento de Amarildo de Souza. De acordo com a Polícia Civil, o PM lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha teria revelado que seu tio foi obrigado a transportar um corpo, usando o caminhão da Comlurb, até o lixão do bairro do Caju, na Zona Portuária da cidade.

Ainda não se sabe se o corpo é do ajudante de pedreiro, mas a Divisão de Homicídios trabalha com esta possibilidade. Amarildo está desaparecido desde o dia 14 de julho quando, segundo a PM, ele foi detido, levado para a sede da UPP da Rocinha e liberado depois da averiguação. A necessidade de apurar seu sumiço se tornou pauta importante das manifestações no Rio de Janeiro.

Neste sábado, agentes da DH e o delegado Rivaldo Barboza fizeram uma nova perícia na sede da UPP e ouviram depoimentos de testemunhas. A 15ª DP (Gávea) foi responsável pela investigação nos primeiros 15 dias de desaparecimento, no entanto, agora o caso é tratado como homicídio pela DH.

Responsabilidade dos policiais no caso

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse nesta sexta-feira que é “preocupante” o fato de o desaparecimento do pedreiro Amarildo ter ocorrido depois de uma abordagem policial. Segundo ela, o inquérito deve ter como principal linha de investigação a responsabilização dos agentes policiais.

“Nos preocupa, sobremaneira, a abordagem policial e o posterior desaparecimento. A abordagem policial com o posterior desaparecimento leva à responsabilidade do desaparecimento, toda a investigação, o inquérito com a hipótese clara, concreta de que seja uma responsabilidade dos agentes públicos, do abuso de autoridade, da violência policial, algo com o qual não podemos mais conviver”, disse a ministra.

O delegado titular da Divisão de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa, está na Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul, nesta sexta-feira, para realizar investigações sobre o sumiço de Amarildo. Equipe da especializada faz perícia na sede da UPP da Rocinha. Barbosa vai ouvir policiais, testemunhas e parentes da vítima.

Você pode gostar