Rio - Num flagrante desrespeito à Justiça, a família paterna de Pedro Henrique Fricks Lasmar Santana, de 9 anos, levado do Rio para Manaus pelo pai Pedro Augusto Lasmar Santana, há um ano e quatro meses, afirmou que não cumprirá qualquer ordem judicial para entregar a criança aos avós maternos, Vilma e Elivelron Fricks, que detêm a guarda provisória. O caso foi noticiado com exclusividade pelo DIA no último dia 10.
Em entrevista ao jornalista Ronaldo Tiradentes, do sistema CBN Manaus, a atual mulher de Pedro Augusto, Mônica Pontes, desafiou: “Não há hipótese de entregar (Pedro Henrique)”, disparou Mônica, admitindo que a família está escondida para evitar as buscas feitas por oficiais de Justiça do Amazonas. Ela ressaltou que ficarão ‘fugindo o tempo que for necessário’.
LAUDO DE PSICÓLOGO
Segundo o jornalista, o pai do menino estava no estúdio, mas não quis dar entrevista. Ronaldo Tiradentes citou a existência de laudo feito por psicólogo da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) do Amazonas, no qual o menino Pedro Henrique descreve maus-tratos perpetrados pela avó materna — que o teria agredido com cinto e chinelo, além de colocá-lo de castigo num quarto trancado, ajoelhado e com o rosto para a parede.
“É simples apurar a verdade disso. É só conversar com meus vizinhos, com os amiguinhos do meu neto, com a professora e com a psicóloga que o atendia desde a morte da mãe. E ficará claro que estão obrigando Pedro Henrique a dizer essas coisas. Nunca encostei um dedo no meu neto”, garantiu Vilma Fricks. Pedro Henrique foi criado pelos avós e pela mãe desde o nascimento. Há dois anos, a mãe morreu de câncer.
Um amigo dos Lasmar Santana, identificado como Ricardo Aguiar, disse na entrevista que a família vai pedir que a juíza Leise Espírito Santo, da 5ª Vara de Família do Rio de Janeiro, seja retirada do caso por suspeição.
A magistrada mandou ofício ao TJ do Amazonas para saber se a advogada dos Lasmar, Sulamita Augusta da Silva, é mesmo juíza aposentada da comarca de Manaus.
“A advogada veio ao Rio falar com a juíza e se apresentou à Leise Espírito Santo como juíza aposentada de Manaus. Só que fiz verificações diretamente ao TJ do Amazonas, descobri que ela nunca foi magistrada e informei isso à juíza do Rio”, contou o advogado Pierre Lourenço, que defende os interesses dos avós maternos da criança.