Por adriano.araujo

Rio - Policiais civis vão solicitar imagens de câmeras de segurança e estão analisando fotos em redes sociais para tentar identificar os autores dos ataques realizados no bairro Arcozelo, em Paty do Alferes, Sul Fluminense, neste sábado. Uma van, um Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) da PM e dois carros da Polícia Militar, foram atacados. Duas pessoas ficaram feridas, uma delas baleada no peito e um PM atingido na cabeça por uma pedrada.

Seis homens já prestaram depoimento, mas negaram envolvimento com o caso. A polícia acredita que a série de blitz contra motociclistas ilegais tenham motivado a revolta dos moradores. “Ao contrário do Rio, aqui não teve depredação de lojas. O ato foi concentrado na PM”, disse um inspetor. O caso foi registrado como depredação do patrimônio público na 96º DP (Miguel Pereira).

DPO foi cercado%2C apedrejado e demolido com golpes de marretaOsvaldo Praddo / Agência O Dia

A confusão foi motivada pela morte de uma motociclista que furou blitz e foi perseguida por homens do 10º BPM (Barra do Piraí). O quebra-quebra aconteceu por volta das 19h. Duas horas antes, a balconista de bar Mara Lúcia Feijó da Silveira, 30 anos, tentou escapar de blitz montada na Rua Doutor Mário Kroeff por não ter Carteira de Habilitação. Ela foi perseguida por policiais, perdeu o controle da moto, bateu com a cabeça no chão e morreu. Moradores chegaram a dizer que o carro da polícia teria atropelado Mara.

Cerca de 500 pessoas apedrejaram o DPO com golpes de marreta. Os carros e uma van foram virados e queimados. Paredes do Telecentro Comunitário foram apedrejadas. Seis PMs e um civil ficaram feridos. Um policial levou pedrada na cabeça e permanece internado em Miguel Pereira. A violência levou policiais a se aquartelarem na sede da 2ª CIA, para esperar por reforços. “Parecia praça de guerra. A motociclista furou a blitz em alta velocidade e bateu com a cabeça ao cair”, disse um PM.

Motociclista morreu após tentar fugir de blitz da PMOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Na manhã de ontem, houve novas manifestações e um grupo de pessoas fechou a RJ 125, estrada que liga Vassouras a Seropédica. A balconista foi enterrada às 16h. O policiamento foi reforçado no cemitério com efetivo de batalhões de cidades vizinhas.

Colaborou Beatriz Salomão

Você pode gostar