Rio - Os policiais militares envolvidos na ação que supostamente teria forjado um flagrante contra um menor com um morteiro no Centro do Rio, durante manifestação de profissionais da Educação do município, não poderão atuar em protestos enquanto durar a sindicância aberta pela Corregedoria da PM.
A informação foi confirmada pelo relações-públicas da PM, coronel Claudio Costa. Os PMs que participaram da ação serão ouvidos ainda nesta quinta-feira, a tarde pela corregedoria. Um deles é o tenente Andrade, que aparece nas imagens portando o morteiro. O outro, identificado como major Pinto, é o que dá a voz de prisão ao menor. Assim que viu as imagens, o comandante-geral da PM autorizou a abertura da sindicância para investigar os fatos. Testemunhas e o menor também devem ser ouvidos.
As imagens, veiculadas em O Globo Online, mostram um PM correndo com o que parece ser um morteiro na mão e, momentos depois, durante revista ao adolescente, objeto semelhante sendo jogado no chão, embaixo da mochila do rapaz, o que poderia ser interpretado como se o material tivesse sido retirado da bolsa do jovem. Os policiais algemaram o menor e o levaram para a delegacia, onde foi feito registro de Conduta Atípica, sem atribuição da posse do objeto.
A Polícia Militar informou que “minutos antes de sua detenção, o menor foi visto em correria junto com outros manifestantes mascarados. A autoridade policial o deteve apenas para averiguação. Ele foi liberado na delegacia na presença de uma responsável.”
As imagens mostram que o garoto seguia pela rua com um grupo no qual não havia nenhum mascarado e sem fazer baderna. Ao contrário do que alega a PM, o grupo caminhava normalmente, e não havia correria. O adolescente não reagiu à ação da polícia em nenhum momento, de acordo com a gravação, e vários jovens que testemunharam a abordagem se revoltaram. As testemunhas seguiram os agentes que levavam o menor algemado e gritavam que se tratava de uma injustiça.
Na delegacia não houve registro de posse de fogos de artifício com o menor. O documento de apreensão dos fogos registra que foram encontrados no chão. “O procedimento 005- 10087/2013 da 5ª DP (Mem de Sá) registra o encontro de três morteiros na calçada. Não atribui sua posse a nenhum manifestante”, diz, em nota, a PM.




