Rio - Professor de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, Paulo Cezar Ribeiro diz que a interdição da Perimetral deveria ter esperado, pelo menos, a conclusão do túnel entre a Rua Primeiro de Março e a Praça Mauá — a obra fará parte da Via Binário. Para ele, as mudanças foram pouco discutidas com a sociedade.
—Como o sr. avalia a interdição da Perimetral?
—A interdição antes da conclusão da Via Expressa (que inclui túnel de 2.570 metros que sairá do Mergulhão da Praça 15) e da Via Binário não é sensata. Essa configuração viária só vai ficar pronta em 2016. A prefeitura deveria ter discutido essas intervenções, as pessoas que serão prejudicadas pelas obras vão criar antipatia pelo projeto.
—Quais serão as consequências da interdição?
—O trânsito ficará pior. Muita gente vai ficar parada no Mergulhão da Praça 15 e na Avenida Rio Branco. A Perimetral foi concebida para tirar do Centro os carros que vão para a Zona Sul. Essa gente, que não está acostumada a circular no Centro, vai ficar desorientada. O que eu acho mais grave é que um fluxo de 75 mil carros por dia vai ser deslocado para o chão. Isso provoca um aumento de poluição visual, sonora e ambiental.
— O transporte público pode absorver quem deixará de usar carros?
— O sistema de transporte público, como sabemos, já é bastante sacrificado. A questão é que, por causa disso, ele não é capaz de competir com o transporte privado. Assim, as pessoas preferem usar os carros.