Por thiago.antunes

Rio - Cerca de 90 pessoas se reuniram em uma audiência pública na Câmara dos Vereadores de Niterói, para cobrar soluções a respeito da violência que cresce na cidade, na noite desta sexta-feira. Por volta das 16h, moradores de Pendotiba ocuparam as escadarias da Casa com faixas e cartazes e foram recebidos por representantes por volta das 18h.

Entre os presentes estavam o secretário de Segurança Pública, Marcos Jardim, o comandante do 12º BPM (Niterói), Gilson Chagas, e Maria Célia, representante do prefeito Rodrigo Neves. Neves chegou a ser vaiado por não ter comparecido. Os ativistas pediram que o policiamento fosse reforçado na cidade, aumento no efetivo de PMs e operações contínuas nas favelas da região para reprimir o tráfico de drogas.

Moradores se reuniram com representantes em NiteróiAlexandre Brum / Agência O Dia

A maior parte dos ativistas relatou ter sido assaltada. Segundo eles, em dois meses ocorreram oito homicídios em Pendotiba. Os moradores também reclamaram da falta de infraestrutura, como as constantes quedas de energia e o patrulhamento ecasso, o que facilitaria a ação de bandidos. Eles ainda se queixam da desvalorização dos imóveis na cidade.

Bruno Rizzo, presidente da Associação de Moradores de Pendotiba afirmou que o problema ocorre na cidade toda. "Outras associações não estão organizadas para reclamar, mas toda a região está ocupada por bandidos que vem do Rio por conta das UPPs. É uma situação de calamidade pública. Fiz um relatório que mostra que o estado está mal equipado e até lá muitas pessoas vão morrer na mão dos delquentes", disse, categórico.

Moradores participaram de encontro para discutir violência na cidadeAlexandre Brum / Agência O Dia

Fernando Rodrigues, 24 anos, relatou ter sido assaltado no bairro Pau-Brasil. Segundo ele, bandidos chegaram de carro e roubaram sua mochila, relógio e dinheiro. A vítima ainda levou uma coronhada que abriu seu supercíclio. O comerciante Ney Carvalho, 50 anos, relatou que a mãe foi vítima de bala perdida durante troca de tiros entre PMs e traficantes no dia 29 de agosto. "As pessoas compram na minha loja por Internet ou telefone, por conta do aumento da violência", afirmou.

A aposentada Ieda Falcão, 67 anos, disse ter tido o carro roubado na porta de casa há dois anos. "Já fui assaltada quatro vezes e já tentaram pular o muro da minha casa pra roubar", desabafou.

Reportagem de Flor Castilhos

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