Rio - Foram 38 anos dedicados ao jornalismo — 35 deles no DIA. A paixão pela notícia movia o repórter Lucio Natalício Clarindo, 59, que faleceu quinta-feira, deixando o jornalismo de luto. Nesta sexta-feira, mais de 100 pessoas, entre parentes e colegas de profissão, deram o último adeus a Natal — como era carinhosamente chamado —, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, lembrando suas histórias memoráveis e casos que contava na redação. Um deles foi quando virou refém de Maurinho Branco, que mais tarde sequestraria Roberto Medina.

Ele estava internado há quase um mês, no Hospital São Vicente de Paulo, Tijuca, onde faleceu vítima de cirrose hepática. No fim do sepultamento, amigos e parentes se despediram com uma salva de palmas.

Emocionadas, sua esposa, Regina Lima, e a filha, Amanda Raiter, repórter do DIA, receberam o carinho de uma legião de amigos e admiradores, que certamente vão eternizar suas histórias.
“Éramos uma multidão com um certo vazio. De todos os tipos, do mais iniciante na carreira ao mais bem sucedido, que ainda representava outros também. Do ‘foca’ ao diretor que não foram. Também tinha o do contato mais breve aos com anos de convivência. Não há como expressar nem a gratidão, nem o conforto. Mas eu tenho sim um legado de amigos dele, de fãs dele...”, disse Amanda.
O jornalista Fábio Lau, diretor e apresentador do programa Conexão Jornalismo, da Rádio Metropolitana, lembrou que entrevistou Natal este ano no programa, para que ele falasse de seu livro ‘O baú do Natal’, lançado em 2012.
“Ele disse que o livro poderia servir aos estudantes de Comunicação, pois narrava episódios marcantes da imprensa, e dos quais participou, como a Chacina de Vigário Geral. Eu acho que a leitura do livro do Natal é obrigatória para todos os jornalistas”, declarou.