Por thiago.antunes

Rio - Autor de ‘Medicina financeira: a ética estilhaçada’, que será lançado nesta segunda, na Livraria Cultura, o médico Luiz Vianna Sobrinho diz que o interesse do paciente vem sendo substituído pela lógica do negócio. No livro, ele afirma que a busca pelo lucro e a falta de ética são as principais doenças da medicina.

'Saúde do paciente está sendo trocada pelo lucro'Fabio Gonçalves / Agência O Dia

—O que é a medicina financeira?
—Isso define mudanças ocorridas na virada deste século e na última década, com a chegada do capitalismo financeiro à área médica. Este sistema é quem dita a nova lógica do mercado da saúde. Corporações administram doenças e procedimentos terapêuticos, compram e vendem hospitais com lançamento de ações na bolsa de valores.

—Muitos médicos recebem favores de indústrias farmacêuticas. Como o sr. analisa isso?
—É antiético, mas é frequente no país. O Conselho Federal de Medicina até tentou emplacar uma lei mais dura contra isso, mas só proibiu algumas práticas. Ainda há negócios rentáveis, como a participação na indicação de quimioterapia e próteses. Para se prevenir, o paciente deve ter uma relação de confiança com o seu médico.

—E como fica a atuação dos planos de saúde?
— A finalidade dos planos é o lucro. E as metas de quem almeja o lucro são sempre crescentes. Os planos de saúde estão no centro da medicina financeira e, através de autorizações burocráticas de procedimentos, assumem controle das decisões médicas e a condução da terapia.

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