Por thiago.antunes

Rio - ?A feijoada carioca, à base de feijão preto, poderá se tornar patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro. Projeto de lei do deputado estadual Jairo de Souza Santos foi aprovado esta semana por unanimidade na Alerj. Depois de segunda votação, será encaminhado para sanção do governador Sérgio Cabral. Caso a lei entre em vigor, o prato ganhará registro oficial como expressão cultural da cidade.

Proprietária do restaurante Salsa e Cebolinha, localizado num casarão na Rua Gomes Freire, na Lapa, e famoso por servir uma das melhores feijoadas da cidade, dona Conceição vê com bons olhos a proposta, mas faz o alerta: “A feijoada tem que ser completa e acompanhada com uma batidinha de limão ou cerveja”. Cariocas e turistas costumam lotar o estabelecimento, que abriga uma roda de samba nos finais de semana. E entre o som do cavaco e do tamborim, a mistura do feijão com carnes dá um tempero especial à identidade carioca.

Feijão%2C couve%2C carne de porco%3A projeto de lei valoriza ainda mais o pratoAgência O Dia

O prato remonta à época ao Brasil colonial. Sobras de carnes eram dadas aos escravos, que cozinhavam os ingredientes com feijão. Quando a receita deliciosa foi descoberta, não demorou para que a mistura rompesse os limites entre a senzala e a casa grande.

A feijoada carioca é feita da mistura de feijão preto e de vários tipos de carne de porco e de boi, e chega à mesa acompanhada de farofa, arroz branco, couve refogada e laranja fatiada, entre outros ingredientes.

Se o projeto se tornar lei, a feijoada vai integrar uma galeria bem nobre e bem brasileira. A capoeira, as baianas do acarajé, as folias de reis, o jongo, a umbanda e o candomblé já são considerados como patrimônio imaterial, recebendo ações nacionais de incentivo e preservação. Quando isso ocorrer, nada como uma boa feijoada para comemorar.

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