Rio - A Secretaria Municipal de Transportes notificou nesta sexta-feira a Rodoviária Novo Rio por vender mais passagens de ônibus do que os terminais comportam. Houve engarrafamentos na região, das 19h de quinta até as 2h desta sexta, e, das 6 h até às 10h, da manhã do feriado e os ônibus tiveram dificuldade de entrar e sair da rodoviária. Viagens foram atrasadas e o congestionamento chegou até a Avenida Brasil. Por conta disso, os guardas municipais tiveram que organizar filas duplas nas vias de acesso.
O secretário de transportes, Carlos Osório, disse que também notificou o Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para que tomem providências e apliquem sanções às empresas que venderam passagens a mais. Também disse que vai, na segunda-feira, aplicar multa contra rodoviária, mas ainda não sabe o valor da punição.

“Claramente houve venda de passagens acima do número de ônibus que os terminais comportavam. Não precisa ser técnico para comprovar isso. Visualmente já deu para notar. Os prejudicados foram os passageiros e as vias da cidade”, argumentou. Em nota, a assessoria do consórcio que administra a Rodoviária Novo Rio afirmou que operou dentro da sua capacidade, mas alegou que não é responsável pela comercialização de passagens.
“Diante de uma denúncia formal sobre qualquer irregularidade praticada por empresa de ônibus, o consórcio poderá tomar providências juntamente com ANTT e Detro para acionar a viação”, informou, acrescentando que os atrasos de ontem foram considerados normais para dias de feriados, com no máximo 20 minutos. Porém, culpou o trânsito pelos atrasos de quinta, de até uma hora.

“O problema se restringe, portanto, aos congestionamentos verificados nas principais vias de acesso às rodovias desde ontem (quinta-feira). O planejamento de operações do terminal, incluindo a previsão de número de passageiros e de ônibus regulares e extras durante os feriados, é encaminhado com antecedência para os órgãos responsáveis.”
A prefeitura rebateu o consórcio e informou que é de exclusiva e total responsabilidade da Rodoviária Novo Rio o gerenciamento da capacidade interna do terminal, incluindo o agendamento das viagens. Além disso, informou que seguirá monitorando o entorno da estação.
Espera de até 2h30 na saída
Dentro da rodoviária Novo Rio o clima era de impaciência entre os passageiros. “Se nós atrasamos dois minutos, perdemos a passagem, mas eles podem nos deixar com crianças pagando pela desorganização das empresas e da própria rodoviária”, reclamou Maria Teresa Silva, 53, que tentava embarcar para Volta Redonda, mas já esperava por 2h30.

Lucas Almeida, 17, enfrentava a mesma demora para seguir para Resende. “Isso é absurdo, será que faltam ônibus?”, questionou. Flávia Monteiro, analista de RH de 37 anos, preferiu sentar no chão da rodoviária para esperar o embarque para Guarulhos, em São Paulo. “O meu ônibus já está atrasado há mais de uma hora”, contou.
Osório prevê caos e quer que carioca abrevie feriadão
O feriado de 15 de novembro começou com trânsito complicado no Rio e nas saídas da cidade. O engarrafamento na Niterói-Manilha (BR-101) passou de 20 quilômetros e o tempo de travessia da Ponte chegou a uma hora durante a manhã. O secretário municipal de Transportes, Carlos Osório, voltou a alertar ontem aos motoristas para que voltem de viagem no domingo, à noite.
“A preocupação é que os reflexos no trânsito com a desativação da Avenida Rodrigues Alves no primeiro dia útil (segunda-feira), não coincidam com o fluxo de quem volta de viagem”, explicou.
Segundo a concessionária CCR, que opera a Ponte, o tempo médio de travessia em direção à Niterói variou de 50 a 60 minutos, entre 8h e meio-dia de ontem. Passaram por lá, saindo do Rio, ontem até às 18h, 73 mil veículos, quase o total de 24 horas de fluxo em um dia útil.
No resto da cidade, o dia de sol com muita gente indo para a praia, um ônibus enguiçado na Lagoa-Barra e acidentes no Túnel Rebouças causaram diversas retenções. Logo na madrugada, o fechamento do trecho da Avenida Rodrigues Alves, entre a Avenida Professor Pereira Reis e Rua Silvino Montenegro, que só ocorreu por volta da 0h de ontem, ajudou a piorar o nó da Região Portuária, formado pela saída da cidade.
“Eles resolvem fechar a Avenida Rodrigues Alves em dia de saída para o feriadão e o que se vê é essa quantidade enorme de ônibus engarrafando a única rota disponível. Não dá para entender a estratégia”, queixou-se o taxista Paulo Ribeiro, de 45 anos.