Por thiago.antunes

Rio - O desaparecimento de 12 crianças em áreas carentes da cidade — e que têm em comum o mesmo suspeito, Fernando Marinho de Melo —, pode ser investigado pela Polícia Federal. A CPI da Exploração Sexual está agora na linha de frente da luta dos familiares das vítimas e quer a PF no caso. A comissão formada por deputados federais veio ontem de Brasília ao Rio para ouvi-los. Há mais de 10 anos, parentes acompanham os inquéritos em diversas delegacias — alguns foram arquivados, e outros não tiveram andamento. O DIA denunciou o sofrimento deles em março.

Fernando só chegou a ser denunciado e condenado por sequestro e roubo em um caso: o de Larissa Gonçalves, de 11 anos, desaparecida em 2008. Ele se passou por técnico de televisão, entrou na casa dela em São Cristóvão e a levou. Desde então, a família sofre com o sumiço. A pena de dois anos foi convertida em prestação de serviços públicos.

Elizabeth Martins%2C mãe de Thais%2C e Raquel%2C tia de Larrisa%2C pedem justiçaCarlos Moraes / Agência O Dia

“Não houve empenho da Polícia Civil nas 12 investigações. Se o Fernando foi condenado por sequestro, cadê a menina? A CPI vai ouvi-lo, além da promotora. Também pediremos à chefe da Polícia, Martha Rocha, a exumação de ossadas achadas na Avenida Brasil. Acredito que seja para uma rede internacional de tráfico de pessoas e exploração sexual”, disse a relatora da CPI, deputada Liliam Sá (Pros-RJ).

O inquérito sobre a menina Thaís Barros, sequestrada aos 9 anos em 2002, está parado há 11 anos na Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente. Ontem, a mãe da criança, Elisabeth Martins, se uniu à tia e criadora de Larissa, Raquel Gonçalves: “É um sofrimento só. Choramos todos os dias”, disse Raquel.

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