Por thiago.antunes
Rio - A frota aérea usada no combate à criminalidade no estado — que já tem oito aeronaves — vai ganhar reforço. A Secretaria de Segurança Pública vai fazer, no próximo mês, licitação para comprar outros três helicópteros. Serão dois para a Polícia Militar e um para a Polícia Civil. O valor estimado com o gasto é de R$ 98 milhões. No edital para a compra, um dos trechos da justificativa diz que o Rio sofre com o crescimento do tráfico de drogas e da violência que “assola todo o país”.
A licitação é internacional. O prazo de entrega é de um ano. O documento descreve ainda que, apesar da política de pacificação de áreas conflagradas, “o crime, como um todo, e em especial o tráfico ilícito de entorpecentes, é uma atividade itinerante, o que dificulta a ação preventiva e repressiva”.

E, para agir de forma mais eficiente contra as ações criminosas, “o Governo do Estado do Rio de Janeiro, dentre outros meios, faz uso do helicóptero no policiamento aéreo, o que apresenta resultados eficazes”. O edital cita como exemplo bem sucedido ações de retomada e pacificação na Vila Cruzeiro, nos Complexos do Alemão e de São Carlos, na Mangueira e na Rocinha.

Modelos como o Eurocopter 145 estão entre os que poderão ser adquiridos na licitação internacionalReprodução

A escolha resvala numa polêmica que envolve justamente o uso de aeronaves em operações de combate ao tráfico. As imagens da morte do traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, durante voo do Águia, da Polícia Civil, no ano passado, desencadeou a reabertura do inquérito que investigava o caso, a pedido do Ministério Público. As cenas vieram à tona em maio, quando, então, promotores alegaram que o objetivo era matar o bandido, não prendê-lo.

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Os novos helicópteros são bimotores. Isso significa que, em caso de um projétil atingir uma turbina, a aeronave continua funcionado: não é necessário fazer pouso forçado. As aeronaves também estarão equipadas com vídeo de monitoramento, que envia imagens em tempo real para um Centro de Controle de Imagens.
Parte da frota está na oficina
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Dos três helicópteros da Polícia Civil, dois estão fora de operação. Em maio deste ano, o modelo Esquilo caiu durante um voo de treinamento e teve avaliação de perda total pelo seguro. Já com a aeronave Bell Huey, conhecida como caveirão do ar, por ser toda blindada, foi constatada, durante avaliação de rotina, há quatro meses, a necessidade de substituir uma das palhetas do motor. 
De acordo com a assessoria da Polícia Civil, a troca está sendo providenciada e a previsão é de que a aeronave volte a funcionar este mês. A mais recente aquisição foi uma aeronave Esquilo biturbina doada pela Secretaria de Estado da Casa Civil, em agosto. Porém, a reclamação dos policiais é que se trata de um helicóptero para atender executivos, e não fazer operações de combate ao tráfico.
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Modelos que estão em vista
Pelo menos dois modelos de helicópteros estão na concorrência para serem escolhidos na licitação. Um deles é o americano Bell 429 . O outro é fabricado na Alemanha pela Eurocopter, o EC 145. Ambos são biturbinas. A grande diferença entre os dois é o preço. Especialistas ouvidos pelo DIA disseram que a aeronave dos EUA tem preço avaliado em US$ 10 milhões — cerca de R$ 20 milhões. A outra pode sair por US$ 16 milhões, ou, aproximadamente, R$ 32 milhões.
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A Secretaria de Segurança Pública informou que os valor de R$ 98 milhões é uma estimativa e que este montante pode cair na realização do pregão internacional. Não haverá tempo de usar as aeronaves na Copa do Mundo, mas o edital prevê que elas operem nas Olimpíadas do Rio.
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