Rio - A Polícia Civil encaminhou nesta quinta-feira para a Justiça um inquérito de 11 denúncias contra a Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Holanda por omissão de socorro registradas na 5ª DP (Mem de Sá), em oito meses. A delegada responsável pelo caso, Karina Regufe, também abriu inquérito para investigar a morte de Beatriz, que, conforme O DIA noticiou nesta quimta, nasceu morta na unidade na última sexta-feira, pela manhã.
Segundo o pai da criança,Rafael Rodrigues, de 22 anos, sua mulher, Helena Mallet, de 30 anos, agonizou de dor durante a madrugada inteira antes do parto, sem ser atendida por médicos. A delegada informou que vai chamar médicos e enfermeiros que trabalharam no dia para que prestem depoimento à polícia. Por isso, vai pedir à unidade a escala de plantão dos funcionários. Ela também disse que vai solicitar o exame pré-natal da mãe, a documentação da estadia da gestante no hospital.
A delegada acionou a Justiça para que a maternidade entregue, em até dez dias, o prontuário da criança para os pais. Segundo Rafael, o documento lhe foi negado. Dos 11 casos registrados contra a maternidade incluídos no primeiro inquérito, sete bebês não conseguiram sobreviver. Nas ocorrências aparecem relatos de demora do hospital para realizar o parto e omissão de socorro.
Indagada sobre os óbitos, a Secretaria Municipal de Saúde respondeu que o índice na unidade é de 0,5%. E que, considerando-se apenas a taxa de asfixia de bebês com peso ao nascer maior de 2,5kg, ele está em torno de 1,2%. O Ministério da Saúde considera aceitável um índice de até 2%.