Por thiago.antunes

Rio - O advogado Wallace Cajueiro Martins de Paiva — novo defensor do auxiliar de serviços gerais Caio Silva de Souza, de 23 anos, e de Fábio Raposo Barbosa, 22 — vai tentar reverter a acusação de homicídio doloso (com intenção) para culposo (sem intenção).

“Houve imprudência e negligência, mas não houve dolo”, destacou. “Mas, se formos para o Tribunal do Júri, estou preparado”, enfatizou Wallace, convidado pelo advogado Jonas Tadeu Nunes para ajudá-lo no caso. Os dois jovens foram denunciados pela promotora do Ministério Público Vera Regina de Almeida pelos crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado (por motivo torpe, com impossibilidade de defesa da vítima e com emprego de explosivo).

Caio e Fábio foram apontados pelas investigações da 17ª DP (São Cristóvão) como responsáveis pela morte do repórter cinematográfico Santiago Ilídio Andrade, de 49. Atingido por um rojão entregue por um e acendido pelo outro, no dia 6 de fevereiro, o cinegrafista morreu quatro dias depois.

“No Estado de Direito a prisão é sempre exceção e no caso deles é desnecessária. Caso seja decretada a prisão preventiva, vamos impetrar o habeas corpus. É um processo complicado, mas a margem da atuação da defesa é muito importante”, destacou o advogado, mostrando-se preocupado com o que chamou de ‘princípio da publicidade opressiva’. 

“Ninguém pode ser condenado pela mídia. Nesse princípio, a imprensa se torna ator de um julgamento e passa a ser o protagonista, influenciando desde o ministro do Supremo até o jurado. Dificilmente um réu é inocentado nesses casos”, disse.

Reportagem de Roberta Trindade

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