Rio - A Justiça do Rio de Janeiro condenou o ex-cabo da Polícia Militar Juracy Alves Prudêncio, o "Jura", líder da quadrilha de milicianos conhecida como "Bonde do Jura", atuante na Baixada Fluminense, a 22 anos de reclusão pelo crime de homicídio qualificado. Juracy executou Paulo Ricardo Soares da Silva, no dia 27 de agosto de 2007, em Nova Iguaçu, onde a milícia atuava, à luz do dia com diversos disparos de arma de fogo na cabeça, tórax e abdômen.
O processo é originário da Comarca de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, mas foi remetido para julgamento no Tribunal do Júri da Capital do Estado. A medida foi para evitar que o poder intimidatório que o acusado exerce na região influenciasse no ânimo dos jurados.
Segundo o promotor de Justiça Pedro Simão, que realizou a sessão plenária do Tribunal do Júri, o crime foi de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
De acordo com relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para investigar a ação de milícias, o “Bonde do Jura” era formado por cerca de 70 pessoas, incluindo civis e policiais militares.
De forma clandestina, a quadrilha explorava a venda de gás, água e sinal de TV a cabo. Além disso, cobrava taxas de motoristas de van e mototáxis, bem como exigia o pagamento de "taxa de segurança". Armados, seus integrantes ameaçavam comerciantes e moradores, com o objetivo de forçar o pagamento. Em 2010, o ex-PM também foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão, pelo crime de associação criminosa armada.