Por paloma.savedra

Rio - Após reunião realizada na manhã desta terça-feira com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o governador Luiz Fernando Pezão anunciou a permanência da Força de Pacificação do Exército no Complexo da Maré. Conforme anunciou O DIA, em 29 de junho, o governo já pretendia prorrogar a permanência da tropa, que está desde 5 de abril na região, e, inicialmente, ficaria até 31 de julho. Ainda não há previsão para a saída das Forças Armadas do conjunto de favelas. Porém, no dia 11 de agosto, o executivo estadual e órgãos da União voltam a se encontrar para debater a transição das forças de segurança.

Veja fotos da ocupação da Maré pelas Forças Armadas, em abril

Segundo Cardozo, a medida foi tomada em decorrência do "sucesso da operação": "Houve acordo porque a operação está sendo muito bem sucedida, e, por conta disso, entendemos a necesidade de prorrogação", declarou ele. O ministro destacou ainda que o prazo de permanência da tropa no complexo, assim como os procedimentos de transição das forças de segurança, voltarão a ser debatidos. 

Militares do Exército permanecem no Complexo da Maré por tempo indeterminado; transição das forças de segurança voltará a ser debatidaSeverino Silva / Agência O Dia

O encontro, realizado no Palácio Guanabara, contou ainda com a presença do ministro da Defesa, Celso Amorim; do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi; do comandante Militar do Leste, general Francisco Carlos Modesto; do chefe do Centro de Operações do Comando Militar do Leste, do general Jorge Antônio Smicelato; da secretária Nacional de Segurança, Regina Miki; do diretor-geral do Departamento de Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra; e od secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame.

Ao todo, 2.400 militares do Exército ocupam a Maré. Eles vieram de quartéis do Paraná e do Rio Grande do Sul e chegaram no fim de maio para substituir os soldados cariocas, que foram atuar no esquema de segurança da Copa.

Adiamento
A pendência para a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora foi, justamente, a realocação feita pela Secretaria de Segurança para atuar na Copa. O efetivo da UPP Maré já está formado — 1.000 dos novos policiais concluíram o curso de formação na semana passada.

Mas antes de encarar o desafio de pacificar um dos principais redutos do tráfico do Rio, terão que cobrir as férias dos PMs do interior do estado, que foram canceladas para reforçar o patrulhamento da Região Metropolitana durante o Mundial. O benefício suspenso em junho será reposto nos meses de agosto e setembro.

O planejamento da Secretaria de Segurança previa a ocupação em meados do primeiro trimestre. Em 30 de março, o conjunto de favelas foi retomado pelo Bope. Uma semana depois da varredura feita pelos ‘caveiras’, a Força de Pacificação assumiu o patrulhamento da Maré em 5 de abril.

Dias antes da entrada das forças de segurança, o maior traficante da região — que liderava 11 das 15 quadrilahs locais — foi preso pela Polícia Federal. Marcelo Santos das Dores, o Menor P., estava escondido em Jacarepaguá.

Últimas unidades do ano

As três UPPs do Complexo da Maré serão as últimas instaladas no ano e na atual gestão estadual. Segundo fontes da Segurança Pública, não haverá efetivo suficiente nem tempo para isso, já que a PM terá três eventos de grande porte pela frente:as eleições de outubro, a Operação Papai Noel e o Réveillon, em dezembro.

As unidades fecham — e ultrapassam — a conta feita inicialmente pela Secretaria de Segurança de instalar 40 unidades até 2014. Na Maré, os locais ainda não foram definidos, nem os oficiais que comandarão as unidades.

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