Por thiago.antunes

Rio - A prefeitura vai comprar 1,2 milhão de ingressos das competições olímpicas para distribuir entre alunos da rede municipal de ensino do Rio, o que dá uma média de duas entradas por estudante. “São cerca de 600 mil alunos. Nosso objetivo é fazer com que cada criança vá, a pelo menos, uma disputa”, garantiu o prefeito Eduardo Paes, nesta segunda-feira, em evento que marcou a contagem regressiva de dois anos para o início das Olimpíadas de 2016. Paes disse que há ainda a possibilidade de distribuição de mais entradas para os cariocas que forem removidos de suas casas por causa das obras para os Jogos.

De acordo com o prefeito, o Rio já tem 55% das instalações olímpicas prontas ou em fase de adaptação. O adiantamento em obras como o Parque Olímpico, a Vila dos Atletas e o Laboratório de Controle de Dopagem foram citados por Eduardo Paes como exemplos de bom planejamento. O atraso de um mês e meio no início dos trabalhos no Complexo Esportivo de Deodoro, por sua vez, foi minimizado pela prefeitura carioca.

O prefeito Eduardo Paes destacou nesta segunda-feira%2C durante seminário para a imprensa sobre os preparativos das Olimpíadas%2C o legado que a competição deixará para o RioDivulgação / Beth Santos

Ao destacar o legado dos Jogos, o prefeito afirmou que não deixará grandes instalações sem uso após as competições. “Do orçamento de R$ 37,6 bilhões, 57% serão provenientes da iniciativa privada e 43%, de dinheiro público, que está sendo investido em obras pela cidade. Do total, R$ 24,1 bilhões são destinados para o legado. Para cada real gasto em aparelho olímpico, cinco estão sendo investidos no legado. Não teremos elefantes brancos”.

Na área de mobilidade urbana, Paes ressaltou que, até 2016, 63% da população do Rio de Janeiro será atendida pelo transporte público de alta capacidade (trem, metrô, BRT e VLT). Em 2011, antes do início da escolha da cidade como sede, esse percentual estava em 18%. “Este será o grande legado que ficará para a cidade, maior do que a construção de qualquer instalação esportiva”, afirmou Eduardo Paes.

Até 2016, deverão ser concluídos o sistema de BRT — que soma 150 quilômetros de corredores exclusivos para ônibus —, 30 quilômetros de trilhos do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), e a Linha 4 do Metrô, de 14 quilômetros de extensão.

Paes afirmou que%2C em 2016%2C 63% das viagens no Rio serão em meios de transporte de alta capacidade%2C como o BRT Transcarioca%2C já inauguradoEstefan Radovicz / Agência O Dia

Engenhão reaberto e Baía menos poluída

Além do Maracanã, que já está pronto, o Engenhão é outro estádio que vai abrigar competições olímpicas. Segundo o prefeito Eduardo Paes, ele deve ser reaberto entre novembro e dezembro deste ano e entregue à administração do Botafogo.

O Engenhão é uma das 15 instalações cujas obras de adaptação para os Jogos ainda não foram licitadasCarlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia

O estádio, que se encontra em obras desde o ano passado, é uma das 15 instalações olímpicas que ainda se encontram sem licitação das obras de adequação final (estágios 1 e 2, numa escala que vai até 5). “São necessárias apenas instalações provisórias como cadeiras, iluminação e reparos na pista de atletismo. Não faz sentido contratar desde já”, argumentou o prefeito.

Nesta segunda-feira, o governador Luiz Fernando Pezão anunciou investimento de R$ 2,2 bilhões no entorno e limpeza das águas da Baía de Guanabara. “As obras do metrô e do Maracanãzinho também estão encaminhadas”, resumiu.

Obras não impedirão evento-teste

Algumas das instalações olímpicas em construção poderão receber eventos-teste sem que estejam 100% prontas. Foi o que afirmou o diretor executivo de esportes do Comitê Organizador, Agberto Guimarães. “Posso não ter prontos todos os lugares das arquibancadas, mas as arenas, por exemplo, estarão prontas”, disse. Este fim de semana já houve um teste na Marina da Glória. Além dos 44 eventos-teste, até o fim dos Jogos em 2016, serão realizados 65 competições. Durante cem dias a tocha olímpica percorrerá o país.

Preços foram definidos

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, contou que os valores dos ingressos para as competições já foram alinhados com o Ministério Público e que, em breve, serão divulgados pelo Comitê Olímpico Internacional. Nuzman ressaltou os benefícios que a cidade terá. “Vamos reunir quase 11 mil atletas em 42 campeonatos mundiais, realizados em 17 dias ao mesmo tempo. Os Jogos Olímpicos proporcionarão uma mudança maior ao Rio do que os de Londres e Barcelona.”

O secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, destacou a expectativa com as medalhas dos atletas brasileiros. “Temos a meta de terminarmos as Olimpíadas entre os dez primeiros no quadro de medalhas e entre os cinco primeiros das Paralimpíadas”. Segundo diretor-geral do comitê organizador, Sydney Levy, a abertura dos Jogos será uma operação complexa, com chegada e saída de 11.000 atletas em 500 ônibus, além dos chefes de Estado

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