Por thiago.antunes

Rio - A Polícia Civil vai indiciar por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) o motorista de táxi Marcelo Matos Matta, de 41 anos. Foi do carro dele que o pequeno Gabriel Henrique da Silveira Dias de Oliveira, de 3 anos, caiu ao abrir a porta e foi atropelado por um ônibus na noite de terça-feira, no Centro de Niterói. O menino, que estava acompanhado da mãe e da avó materna, foi enterrado nesta quinta-feira no Cemitério do Maruí, na mesma cidade. Na avaliação do delegado Anestor Magalhães, da 76ª DP (Centro) os familiares de Gabriel não deverão ser penalizados. “Elas já foram punidas da pior forma possível”.

Cerca de cem pessoas compareceram à cerimônia de sepultamento. Os pais da vítima não deram declarações durante o cortejo. Segundo as investigações, a mãe e a avó materna conversavam, quando o menor abriu a porta. Para a polícia, o taxista foi negligente por não travar o equipamento. “Não posso julgar ninguém. Apenas Deus tem esse direito. Não estava na hora em que o Gabriel caiu, moro em Ititioca”, afirmou a avó paterna do menino, Ana Lúcia Souza, de 45 anos.

Mãe do menino é consolada por parentes e amigos durante enterro nesta quarta-feira no cemitério do Maruí%2C em NiteróiSandro Nascimento / Agência O Dia

Ela contou que o neto era um menino muito feliz: “Vou guardar para sempre a lembrança dele me chamando de vovó e me pedindo para colocar o DVD da galinha pintadinha”, lembrou Ana Lúcia, cujo filho, Lucas Souza de Oliveira, de 19 anos, é separado da mãe do menino, Gisele Henriques, de 18 anos. Os investigadores ainda avaliam, através de análise de imagens de câmeras do coletivo, se o motorista do ônibus poderia evitar o atropelamento. Não está decidido se ele será indiciado.

Parentes entoaram cantos religiosos durante o enterro do menino e o clima era de muita tristeza e consternação. O acidente aconteceu na Rua Feliciano Sodré, uma das mais movimentadas da cidade. No táxi, além damãe, da avó e de Gabriel,que estava no banco de trás, mas sem cinto de segurança, também estava um irmão dele, de 5 anos de idade. Eles haviam saído da casa da família, na Rua Mário Viana, em Santa Rosa, para ir à igreja, no bairro da Engenhoca.

Lucas, o pai do menino, disse que foi avisado pela mãe por telefone e chegou a ir ao local. “Embora não morasse com ele, era muito apegado. Foi meu primeiro filho. É um desespero”, disse o rapaz que é pai de mais duas crianças de um novo relacionamento e espera a terceira.

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