Por paloma.savedra

Rio - Cerca de 38 carteiros e 14 funcionários do Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) dos Correios, em Pilares, Zona Norte do Rio, cruzaram os braços nesta quinta-feira e paralisaram as atividades devido à falta de segurança na unidade. De acordo com os trabalhadores, o local sofreu vários assaltos a veículos, para roubo de carga. O centro de Pilares atende a diversos bairros do entorno, como Abolição, Piedade, Pilares, Cavalcante, Inhaúma, Thomaz Coelho e parte de Benfica.

O Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro (Sintect-RJ) alertou para a insegurança no bairro e pediu mais policiamento. "Nós estamos sofrendo assaltos diariamente. De cada três viaturas que saem, uma ou duas são assaltadas. Elas já saem visadas e quando abrem o portão, os assaltantes já estão posicionados para roubar a carga", disse a diretora do Sintect, Edna Barros.

Segundo Edna, a onda de assaltos já dura meses: "Eles [os bandidos] estão todos próximos da nossa unidade, já que nós trabalhamos com cargas valiosas. Nada mais do que justo e evidente que tem que ter segurança. Alguns funcionários já foram agredidos por pessoas que vêm à unidade retirar suas encomendas. Não que o segurança possa impedir totalmente, mas pelo menos as pessoas já vão pensar duas vezes antes de ameaçar um companheiro, antes de querer assaltar".

Funcionários pedem escolta para veículos

Edna disse ainda que algumas reivindicações feitas aos Correios foram atendidas, como a troca do portão, mas que os trabalhadores continuam pedindo a escolta para os veículos que fazem entregas e pelo menos um segurança na porta da unidade. "Por enquanto eles ainda não estão entrando na unidade para assaltar, até porque agora o portão já é automático, mas nós temos o outro portão que tem que ficar aberto, pois as pessoas têm de ter acesso à agência para retirar suas encomendas".

Nós fizemos reuniões com a presença do sindicato, dos representantes da empresa e essa semana nós fizemos outra assembleia e demos prazo até hoje para colocar aqui [na unidade] pelo menos um segurança patrimonial. A empresa não só não nos atendeu como também nenhum representante dos Correios compareceu aqui. Nós estamos aqui com representantes do sindicato e estamos respaldados por documentos dessa paralisação. Como nenhum representante compareceu até as 12h, nós liberamos os funcionários e amanhã (8), na parte da manhã, caso não compareça, nós continuaremos a nossa paralisação", explicou.

Segundo relato de Edna, quando o motorista é assaltado, ele precisa ir na sede da Polícia Federal para fazer o boletim de ocorrência, e depois informar sua empresa sobre a carga roubada. Na sequência passa pela assistente social e, como os assaltos repetem-se muito, os motoristas estão traumatizados. "Eles se afastam e, no lugar deles, remaneja-se carteiro pedestre para sair na viatura e o mesmo acaba acontecendo: esse que foi remanejado é assaltado e passa pelo mesmo processo".

Plano de contingência dos Correios ajudará a atender os bairros

Em nota, os Correios informaram que agem em parceria com as autoridades de segurança estadual e federal na prevenção a assaltos. A empresa vem mantendo contato direto com o 3º Batalhão da Polícia Militar que já providenciou o policiamento ostensivo na região de Pilares. Na sede da empresa, no Rio de Janeiro, funciona o Núcleo de Repressão a Crimes Postais, órgão da Superintendência da Polícia Federal, com atribuição exclusiva de apurar os delitos postais e investigar roubos, identificando quadrilhas que atuam contra os trabalhadores dos Correios e contra o patrimônio público. A empresa também presta assistência médica e acompanhamento psicológico aos profissionais que são vítimas de violência. O órgão informa ainda que vai colocar em prática um plano de contingência para atender à distribuição de correspondências no bairro.

Com informações da Agência Brasil


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