Por thiago.antunes

Rio - A SCMM Serviços de Limpeza e Conservação, que doou R$ 50 mil à campanha que elegeu Rodrigo Bethlem como deputado federal, em 2010, também foi contratada pela Câmara de Vereadores para fazer programação, operação e manutenção da TV Câmara no mesmo ano.

Em contrato de um ano assinado em maio de 2010 pelo vereador Jorge Felippe (PMDB), ex-sogro de Bethlem e presidente da Câmara de Vereadores na época, a firma faturou cerca de R$ 10 milhões. As informações estão em um processo do Tribunal de Contas do Município (TCM).

Bethlem: investigado pelo STFUanderson Fernandes / Agência O Dia

Investigação no STF

O ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal autorizou nesta quinta-feira a abertura de inquérito contra o deputado federal Rodrigo Bethlem. O pedido de investigação foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no último dia 30, e ao ser distribuído ontem ao magistrado foi imediatamente aceito. O magistrado determinou ainda que os autos sejam encaminhados à Corregedoria-Geral de Polícia Federal para instauração do inquérito e atendimento às diligências requisitadas pelo MPF.

No pedido feito na semana passada, Janot considerou que as gravações produzidas pela ex-mulher de Bethlem, Vanessa Felippe, e publicadas pela revista ‘Época’ são provas importantes para a investigação. “As gravações ambientais mencionadas foram todas efetuadas por Vanessa Felippe, ex-esposa do parlamentar, não havendo dúvidas, portanto, acerca da validade da prova, pois foi produzida por um dos interlocutores das conversas”, escreveu Janot.

Nas conversas entre Bethlem e Vanessa, o parlamentar admite que recebia propina de convênios firmados entre a Secretaria de Desenvolvimento Social (SMDS) e a Ong Casa Espírita Tesloo para o cadastramento de população carente assistida em programas sociais como o Bolsa Família. Além disso, o parlamentar faz menções à existência de uma conta na Suíça.

A Corregedoria-Geral de Polícia Federal em Brasília deverá conduzir as investigações a partir de agora. Janot já indicou a necessidade de tomada de depoimento de Vanessa Felippe, além de pedir à PF que faça relatório sobre as saídas de Bethlem ao exterior durante janeiro de 2010 e dezembro de 2011. A SMDS também deverá enviar a documentação completa de todos os convênios. Foram solicitadas ainda as quebras de sigilo fiscal da Tesloo e de Bethlem. Procurado, Bethlem não comentou a instauração do inquérito. A Prefeitura do Rio também não respondeu aos contatos da reportagem.

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