Por paulo.gomes

Rio - Cerca de 350 policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) em parceria do Ministério Público estão realizando na manhã desta quinta-feira uma operação para combater a milícia em Campo Grande, na Zona Oeste. A ação tem como objetivo cumprir 27 mandados de prisão e 90 de busca e apreensão contra uma quadrilha que atua em venda e locação ilegal de imóveis do programa social do Governo Federal “Minha Casa, Minha Vida”. 

FOTOS: Operação contra milícia na Zona Oeste

Apontado como um dos chefes da "Liga da Justiça", o policial militar do 40ºBPM (Campo Grande) João Henrique Barreto, conhecido como Cachorrão, e Ademir Horácio de Lima, o Deni, e mais 15 pessoas foram presas.

Operação cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão contra milicianos na Zona OestePaulo Araújo / Agência O Dia

Os 350 agentes envolvidos na operação são da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Segurança, Polícia Civil, Corregedoria Geral Unificada, Corregedoria da Polícia Civil, Corregedoria da Polícia Militar, Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária e Ministério Público. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), a quadrilha usou da violência para atuar em condomínios cobrando taxas e obrigando-os a pagamentos desde “segurança”, a taxa extra de luz, além de “gatonet” e cestas básicas.

"Ele (Ademir Horácio) tinha acesso aos moradores que pagavam ou não pagavam aos milicianos. Ele, inclusive, apontava as pessoas que estavam devendo", diz Luiz Gustavo Braga, delegado da Draco.

Os moradores que se negaram a realizar os pagamentos ou que atrasavam, eram delatados por Ademir e expulsos pelos milicianos. Com isso, eles passaram a alugar ou vender os imóveis, descobrindo mais uma fonte ilegal de renda. As ações da quadrilha são cruéis e envolvem a prática de homicídios, ocultação de cadáveres, tortura, roubos, lesões corporais graves, extorsões, ameaças, constrangimentos ilegais e injúrias.

Ainda segundo informações da Seseg, após a prisão de Toni Ângelo Souza de Aguiar, o Erótico, em julho do ano passado, os líderes da "Liga da Justiça", principal grupo miliciano que atua na região, passaram a ser o Cachorrão, e de Marco José de Lima Gomes, o Gão, preso na última terça-feira pela Divisão de Homicídios.

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