Por nicolas.satriano

Rio - Após o incêndio que destruiu centenas de veículos em um depósito particular de carros na Penha, Zona Norte do Rio, na tarde deste sábado, o leiloeiro e proprietário do estabelecimento, Rogério Menezes, disse, na manhã deste domingo, enquanto agentes da Polícia Civil periciavam o local, lamentar profundamente o acidente e não descartar a possibilidade do fogo ter sido criminoso. Os policiais estiveram no local entr oito e dez horas da manhã. 

"Lamento muito pelo fato, ainda mais sabendo que atendíamos a todas as normas do Corpo de Bombeiros. Dói o coração ficar esses anos todos trabalhando e acontecer isso que aconteceu", contou o leiloeiro. 

Polícia faz perícia em depósito de carros na Penha após incêndioCacau Fernandes / Agência O Dia

Rogério, assim como seu filho, voltou a frisar que a propriedade, de 15 mil metros quadrados e os veículos têm seguro, e que  as imagens do circuito interno de câmeras serão disponibilizadas para a perícia. Segundo o leiloeiro, que trabalha há 25 anos no ramo e há oito é dono do depósito, um curto circuito em um dos veículos que teria acabado de chegar da rua, após uma colisão, teria causado o o fogo. Ainda de acordo com ele, um funcionário teria sido o primeiro a identificar as chamas no veículo deixado no pátio do depósito.

GALERIA: Incêndio atinge depósito particular de carros na Zona Norte 

O empresário, no entanto, não soube precisar os prejuízos que teve com o incêndio. Entre os carros que estavam estacionados e empilhados havia alguns que eram sucata, doações e outros que estavam em bom estado. Ele contou que cerca de 35% dos veículos foram salvos e encaminhados a um outro depósito, também dele, em Santa Cruz. 

35% dos veículos foram salvos%2C segundo empresárioCacau Fernandes / Agência O Dia

No momento em que viu as imagens, Rogério contou que passou mal, pois sabia que no depósito poderia haver funcionários que trabalham com o leiloeiro há 20 anos e contou ter ficado chocado com as imagens. O empresário disse, ainda, que não descarta a possibilidade de incêndio criminoso, mas acredita que as chances disso ter ocorrido são remotas. Ele informou também que as duas pessoas que foram encaminhadas para o hospital pelos bombeiros já passam bem. 

O empresário rebateu as críticas sobre a necessidade de 'sprinklers', já que o local é aberto e a instalação do equipamento seria inviável. A perícia do Corpo de Bombeiros e da Polícia não permitiu mais que a imprensa fizesse imagens do local do incêndio, na manhã deste domingo.  

Pessoas que arremataram carros em leilão do depósito não sabem o que fazer

A manhã seguinte ao incêndio que atingiu mais de mil veículos no Mercado São Sebastião, na Penha, não tem sido fácil para algumas pessoas que arremataram carros no leilão do depósito. O mecânico Jovenil Sousa, de 37 anos, foi ao local atrás de informações sobre seu Kia Cerato, comprado por R$ 29 mil.

"Comprei meu carro na sexta e ia buscá-lo na segunda-feira, mas agora não tenho nem ideia de como vão fazer. Vi tudo pela televisão e fiquei preocupado".

Antônio Batista, 55 anos, comerciante de uma loja de desmanche de automóveis, tentou saber sobre suas oito sucatas, que foram compradas na semana passada. "Hoje, estou saindo daqui sem saber de nada. Nem sei a extensão desse incêndio. Tenho uma firma de desmanche, compro os carros do depósito e aproveito as peças para vender", contou Antonio, afirmando que nunca teve problema com os responsáveis pelo depósito.

Antônio Batista diz que comprava sucata há seis anos no leilãoPatrícia Teixeira / Agência O Dia

"Já compro aqui há seis anos, eles são muito sérios, nunca tive problema com nenhuma negociação. Sei que é uma situação difícil, acho que o Rogério Menezes (leiloeiro dono do galpão) está internado, vou voltar amanhã para ter mais informações". O comerciante ainda acredita que o princípio di incêndio possa ter sido provocado pelas baterias dos carros. "Elas sempre são o começo de tudo relacionado a isso".


Você pode gostar