Por paloma.savedra

Rio - O prefeito Eduardo Paes se pronunciou nesta quarta-feira sobre a invasão do conjunto habitacional ocupado na noite de domingo, em Guadalupe, na Zona Norte. Segundo Paes, a polícia precisa agir para retirar os invasores, que classificou como malandros e vagabundos. Ele disse ainda que não fará cadastro das famílias que estão no Residencial Guadalupe.

Paes afirmou que a prefeitura tem trabalhado em programas habitacionais e que já construiu 60 mil casas vinculadas ao ‘Minha Casa Minha Vida’, do governo Federal. Segundo o prefeito, se os invasores quiserem ser contemplados com residências precisam se cadastrar nos programas sociais. “Vamos continuar cadastrando de maneira ordeira as pessoas nos programas da prefeitura. Mas invasão tem que ter ação da polícia e não pode esperar ação judicial, tem que agir”, protestou o prefeito.

O condomínio do programa social 'Minha Casa%2C Minha Vida'%2C em Guadalupe%2C na Zona Norte%2C tem 11 edifícios e foi invadido no último domingo por bandidos armadosCarlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia

O prefeito acredita que o local tenha sido ocupado por influência do tráfico de drogas e disse que existe uma indústria de ocupação no Rio. E cobrou ação policial. “Aquilo ali é casa para pessoas humildes que se inscreveram no programa Minha Casa Minha Vida. Não é coisa de vagabundo e (invasor) tem que ser tirado. Ter traficantes ali é uma prova de há uma indústria de ocupação. Tem que ter ação da polícia. É programa para o povo pobre e não para malandro travestido de pobre. Não vamos deixar mais um território para o tráfico”, disse.

A Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento, e a Construtora BR4, que cuida da obra, encaminharam à Justiça pedido de reintegração de posse, mas nenhuma decisão judicial foi tomada. A PM informou que não foi notificada para dar apoio a qualquer ação de reintegração de posse. Já a Polícia Federal afirmou que, caso a decisão seja tomada pela Justiça Federal, agirá em conjunto com as forças de segurança do estado.

O comandante do Batalhão de Irajá, tenente-coronel Luiz Carlos Leal, contou que reforçou o policiamento para evitar que traficantes circulem na área, e disse estar negociando para tentar resolver o impasse sem usar a força policial.

“Alguns invasores diziam que já estavam cadastrados no Minha Casa Minha Vida e não foram sorteados. Outros diziam que foram sorteados e as casas não eram entregues”, contou. Nesta quarta, invasores abriram um buraco no muro que dá acesso à favela Gogó da Ema.

Homem com fuzil em punho

O comandante da PM não se pronunciou acerca das imagens aéreas feitas pela Rede Globo mostrando que o conjunto habitacional se tornou uma área completamente dominada pelo poder paralelo.
Na tarde de terça-feira, foram feitos flagrantes de um dos bandidos circulando carregando um fuzil em meio a invasores. A obra está localizada em uma das áreas mais violentas da cidade, o Complexo do Chapadão, um conjunto de 13 favelas situado em quatro bairros: Pavuna, Costa Barros, Anchieta e Guadalupe.

A Polícia Civil limitou-se a informar que as investigações estão em andamento na 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) para identificar os responsáveis pela invasão e o homem que aparece armado em imagens veiculadas pela imprensa. O caso foi registrado na segunda-feira como esbulho possessório e foi instaurado um inquérito. Nesta quarta, segundo a Polícia Civil, prestaram depoimentos o engenheiro responsável pela obra e algumas testemunhas da invasão ao conjunto

PM aguarda pedido de reintegração de posse

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