Por thiago.antunes

Rio - Para comemorar os 125 anos da Proclamação da República, celebrados neste sábado, o Exército reabriu a Casa Histórica do Marechal Deodoro — um museu em homenagem à data e ao militar que liderou o movimento que acabou com a Monarquia no Brasil e instituiu a República. O local, que era a residência de Deodoro, possui grande importância histórica. Apesar de estar localizado em uma das partes mais movimentadas da cidade, a construção é uma ilustre desconhecida da maioria dos cariocas.

Muita gente já passou em frente à casa, na Praça da República 197, esquina da Av. Presidente Vargas, do lado oposto da Central do Brasil. Foi lá que os últimos detalhes da Proclamação da República e os primeiros atos de Deodoro da Fonseca como presidente foram decididos. Como, por exemplo, a composição do primeiro ministério e também o decreto para a confecção da bandeira do Brasil.

A Casa de Deodoro tem painéis que mostram como foi a transição da Monarquia para a RepúblicaEstefan Radovicz / Agência O Dia

Segundo o diretor do museu, coronel Joel Francisco Corrêa, o local passou por reforma para poder ser reaberto. Ele reconhece que a casa passa desapercebida pela maior parte das pessoas, e antes não funcionava regularmente.

“Fizemos um esforço para regularizar a Casa, e agora ela pode operar. Também enviamos um projeto ao Iphan, pois ela é tombada, para poder colocar um letreiro na fachada — para que as pessoas saibam que aqui funciona o museu”, contou o coronel.

O visitante que for à Casa Histórica de Marechal Deodoro visitará uma exposição sobre a vida política e militar do primeiro presidente do Brasil e ex-chefe do Exército, assim como a história da Proclamação da República. A entrada do museu é gratuita e ele estará aberto de terça a sexta, das 10h às 16h. Nos próximos meses, os dias de funcionamento devem ser ampliados.

Amigo do Imperador Pedro II, mas fiel à tropa

Durante o século 19, o Brasil viveu muitos anos com a expectativa de que grupos republicanos pudessem depor o Imperador D. Pedro II e terminasse com a Monarquia. Porém, em 1889 a situação ficou insustentável. Uma das figuras-chave do movimento que instaurou a República foi o líder do Exército, Marechal Deodoro da Fonseca.

O prédio fica em frente ao Campo de Santana%2C perto da CentralEstefan Radovicz / Agência O Dia

Segundo o historiador da Biblioteca Nacional Marcelo Scarrone, Deodoro não concordava com um golpe, até porque era amigo do Imperador. Mas aceitou ser o líder do movimento porque eram os militares que estavam arquitetando o golpe: “O movimento precisava de uma figura de destaque. A princípio, queriam apenas que o Ministério fosse substituído. Mas um boato de que Deodoro seria preso fez eles tomarem a decisão de proclamar a República”.

Isso aconteceu no dia 15 de novembro de 1889. Deodoro saiu de sua casa, ali mesmo, na Praça da Aclamação, atual Praça da República, montado em seu cavalo, atravessou o Campo do Santana e foi até o quartel do Exército, onde hoje é o Palácio Duque de Caxias. Empunhando uma espada, gritou “Viva a República”. E voltou para sua casa. A população fez uma passeata nas ruas do Centro e comemorou.

Você pode gostar