Rio - Os ex-policiais militares Renato Ferreira Leite, Gabriel Machado Mantuano e Anderson Farias tiveram o pedido de liberdade negado nesta terça-feira pela juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria de Justiça Militar. Os acusados de estuprar três jovens na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, eram lotados na UPP da comunidade e foram expulsos da corporação.
Em depoimento prestado no último mês de setembro, as três mulheres afirmaram que além do abuso, outros três policiais, cujas identidades não foram divulgadas, e que estavam com os agentes filmaram a agressão e introduziram objetos em suas partes íntimas.
Os acusados Gabriel Machado Mantuano, Renato Ferreira Leite e Anderson Farias da Silva acompanhavam os depoimentos por videoconferência, enquanto permanecem presos no Batalhão Especial Prisional (BEP) da PM. A primeira mulher a depor reafirmou o que foi dito no inquérito.
“Minha amiga, que também é usuária de crack, foi ver quem havia batido na porta, e eram policiais”, afirmou. Segundo a vítima, de 36 anos, seis policiais entraram, a agrediram e à sua filha. Em seguida, elas foram levadas para outro barraco onde foram obrigadas a se despir e a fazer sexo com três PMs.
Outros três teriam ficado do lado de fora do barraco. “Um deles (Mantuano) utilizava uma touca ninja para não ser reconhecido. Depois, fizeram o que tinham que fazer. Um de cada vez, com as três”, contou a vítima, contrariando a versão de Renato Leite, de que ele teria apenas filmado a agressão. Ela disse que os policiais que estavam do lado de fora não fizeram nada para impedir o ataque.
Um outro policial que também foi expulso da PM, Wellington Cássio Diniz, conseguiu a liberdade provisória.