PMs acusados de estupros no Jacarezinho têm prisão revogada
Auditoria da Justiça Militar afirma que não há mais requisitos para manutenção da preventiva; após denúncias, policiais foram expulsos da corporação
Por paloma.savedra
Rio - A prisão dos três policiais militares acusados de estuprarem três moradoras do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, foi revogada. A decisão foi proferida, nesta terça-feira, pela juíza Ana Paula Monte de Barros, da Auditoria da Justiça Militar, que considerou não haver riscos à instrução criminal, tendo em vista que as oitivas das testemunhas "essenciais" já haviam sido feitas.
De acordo com o entendimento da magistrada, a revogação da prisão preventiva dos réus Gabriel Machado Mantuano, Anderson Farias da Silva e Renato Ferreira Leite não afetará o andamento do processo.
Em sua decisão, a juíza afirma que não há mais requisitos parasustentar a manutenção da prisão preventiva em tela, "não havendo quaisquer elementos idôneos a comprovar eventual risco à ordem pública, aos princípios da hierarquia e disciplina ou quanto à periculosidade dos acusados", destaca em um trecho.
Além disso, um parecer técnico científico, feito a pedido da Defensoria Pública, foi anexado ao processo. De acordo com informações, o laudo, feito com base no exame de corpo delito nas mulheres, afasta a possibilidade de ter ocorrido estupro, e aponta que as relações sexuais foram consensuais.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou, no dia 15 de agosto, os três policiais militares da UPP Jacarezinho por estupro de três moradoras da comunidade - duas jovens de 35 e 18 anos e uma menor de idade, de 16. Gabriel Machado Mantuano, Anderson Farias da Silva e Renato Ferreira Leite foram presos em flagrante pela suposta prática do crime. Wellington de Cássio Costa Fonseca também foi preso e apontado inicialmente como um dos criminosos, porém, não foi denunciado pelo MP.