Serial killer da Baixada Fluminense tem lista extensa de mulheres em rede social
Assassino confesso de 42 pessoas, sendo 38 do sexo feminino, Sailson José também gosta de filmes sobre mortes
Por paulo.gomes
Rio - A predileção de Sailson José das Graças nas mulheres fica evidente ao analisar suas amizades numa rede social. O serial killer que foi preso em Nova Iguaçu nesta quarta-feira e confessou ter assassinado 42 pessoas, sendo 38 do sexo feminino, tem as mulheres em sua grande maioria como amigos. De 51 pessoas, apenas três são homens.
Outro fato que chama a atenção são as preferências de filmes. Ele, que no depoimento disse não tinha nenhuma preocupação em matar, gosta de títulos como: Jogos Mortais, Madrugada dos Mortos, A Bolha Assassina, A Morte do Demônio, entre outros.
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Na sede da Divisão de Homicídios (DH) da Baixada Fluminense, Sailton deu um depoimento frio e explicou como escolhia suas vítimas. "Ficava observando a vítima, estudando. Esperava um mês, às vezes uma semana, dependendo do local. Eu procurava saber onde ela (vítima) mora, como era a família dela, dava uma olhada na casa. Ficava estudando ela. Aí passava um tempinho, eu ia de madrugada e arrumava uma brecha na casa e entrava", disse ao Bom Dia Rio.
"É a vontade (de matar) mesmo, não tem jeito. Eu escolho a mulher do meu perfil, o que eu achar que deve ser, vai ser", completou.
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Sailson explicou como cometeu seu primeiro crime. "Comecei a roubar bolsa, coisas pequenas, a fazer pequenos furtos. Aí eu fui crescendo, fui tendo outros pensamentos diferentes. De roubar aí eu comecei a pensar em matar. Com 17 (anos) matei a primeira pessoa, deu aquela adrenalina, primeira mulher. Aí já veio na mente: 'será que eu vou para a cadeia? Será que eu vou preso?' Mas as coisas fluíram bem. Aí foi vindo na mente de fazer mais, aí me acostumei, passei a gostar", afirma.
Ele garante que tinha prazer em cometer os assassinatos e que analisava suas vítimas durante dias antes de matá-las. "Só matava mesmo por prazer. Matava, ficava lá um pouco e depois saía. Mas quando não fazia (matar) eu ficava nervoso, andava pra lá e pra cá dentro de casa. Aí quando eu fazia eu já ficava mais tranquilo. Fazia uma vítima e podia ficar mais dois meses, três meses sem fazer. Aí eu ficava na boa, só pensando naquela que eu matei. Aí saía para caçada", diz Sailson, que em depoimento disse cometer os crimes com uma faca.
De acordo com o titular da DHBF, Pedro Henrique Brandão, Sailson confessou as mortes de outras 37 mulheres, três homens e de uma criança de dois anos. Segundo o próprio assassino, o menor só foi executado após a mãe dele ser assassinada. O criminoso temia que ela chorasse.
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Assassino não tinha preocupação em ir preso
O serial killer detalhou como agia na hora de cometer os assassinatos e ainda disse que não temia ser preso porque "fazia tudo bem feito".
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"Eu matava com preocupação nenhuma de ir para a cadeia. Eu fazia as coisas bem feito, fazia por gostar mesmo. Eu não levava documento, não levava nada que pudesse deixar uma pista para a polícia. Eu só me preocupava mesmo com a digital, se o lugar tem câmera. Se tivesse câmera eu me preocupava em colocar toca, essas coisas".
Além de Sailson, foram presos Cleusa Balbina, de 42 anos, e José Messias, de 55. Eles, segundo o serial killer, o pagavam para que ele cometesse alguns assassinatos. A dupla seria responsável por encomendar a morte de Fátima Miranda, de 62 anos, última vítima de Sailson. "Eles me bancavam. Em troca disso era água, comida, teto, roupa nova, dinheiro. Em troca disso tudo, a alma dos caras".
No final do depoimento, Sailson garantiu que quando deixar a prisão voltará a cometer os crimes. "Eu não me arrependo. Tudo o que fiz está feito e não volta atrás. Eu não tenho nenhum arrependimento. Se eu saísse daqui, por exemplo, daqui uns dez, 15, 20 anos, eu ia fazer a mesma coisa de novo", finalizou.
Os agentes da DH localizaram mais quatro inquéritos que apuram homicídios com as características relatadas por Sailson. Policiais da especializada estão realizando investigações para apurar as mortes narradas pelo criminoso no depoimento.