Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta segunda-feira o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por incitação ao crime de estupro. 
No dia 9 deste mês, em discurso no plenário da Câmara, Bolsonaro disse que só não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela “não merece”. No dia seguinte, o parlamentar refirmou a declaração em entrevista ao jornal Zero Hora.
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Na denúncia, a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, afirma que a declaração de Bolsonaro instiga que um homem pode estuprar uma mulher que ele "entenda ser merecedora do estupro”. O pedido de abertura de investigação será julgado pelo ministro Luiz Fux.
Em sessão que o diplomou deputado federal%2C Jair Bolsonaro(PP) se emocionou Márcio Mercante / Agência O Dia

Além da denúncia na Justiça, o parlamentar também é alvo de uma representação protocolada pelo PT, PCdoB, PSOL e PSB, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. Os partidos pedem a cassação do mandato dele pelas ofensas a deputada.

Freixo e Bolsonaro em guerra na Alerj 
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O destaque da sessão na Assembleia Legislativa que diplomou o governador Luiz Fernando Pezão e deputados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE)  foi o embate entre os dois deputados mais votados do estado: o federal, Jair Bolsonaro (PP), e o estadual, Marcelo Freixo (Psol). O pessolista ergueu no plenário um cartaz com a frase “A violência contra a mulher não pode ter voz no Parlamento”, em referência a Bolsonaro, que na semana passada disse, na Câmara dos Deputados, que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela “não merece”.
Depois de Pezão e o vice Francisco Dornelles receberem seus diplomas, Bolsonaro foi chamado e se emocionou. Depois, entregou o diploma à esposa, na plateia. Na hora, Freixo, campeão de votos para a Alerj, virou de costas para a tribuna, sendo seguido pelos parlamentares do Psol, e ergueu o cartaz. “É inadmissível qualquer discurso que ameace a democracia e incite o ódio, seja racismo, homofobia ou a violência contra a mulher”, explicou Freixo.
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Em resposta, Jair Bolsonaro atacou o deputado estadual. “Ele não é Marcelo Freixo. É Marcelo Frouxo. Se dou um safanão na cara dele, iam me acusar de homofobia. Deveria ter colocado uma melancia no pescoço ou abaixar as calças, já que queria tanto aparecer”, disparou o deputado do PP.

Duas desafetas e dois caminhos
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A sessão marcou um dos últimos encontros entre as desafetas Clarissa Garotinho (PR) e Cidinha Campos (PDT). Com o ano legislativo acabando e a ida da filha do ex-governador Anthony Garotinho para Brasília, como deputada federal, os embates que animaram a Alerj ficarão na memória.
Clarissa, aliás, precisará esperar até amanhã para sentir-se, finalmente, deputada federal: ela chegou atrasada à sessão, com a mãe, a prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, e não recebeu seu diploma. O senador Romário (PSB), lembrando os tempos em que era jogador de futebol, também chegou 30 minutos após seu nome ser chamado.
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BEIJA-MÃO
Não estava no script, mas quase todo político que recebia o diploma ia na direção de Sérgio Cabral, para abraços afetuosos e conversas de pé de ouvido. Pezão quase foi ignorado algumas vezes, tamanha a emoção de alguns ao rever o ex-governador. Quando chegou a vez do filho dele, Marco Antônio (PMDB), Cabral jogou um beijo e aplaudiu de pé, antes de sair do plenário de fininho...
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DE TÁXI PARA O TCE
O clima era de despedida para Paulo Melo (PMDB). Ele admitiu que desistiu de se reeleger presidente da Alerj para dar espaço ao colega de partido Jorge Picciani. Sobre a possibilidade de tornar-se conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), brincou: “pego um táxi e fico na Praça da República. Precisamos acomodar todo mundo, sem vaidade”, afirmou, prevendo disputa de cavalheiros pelos espaços do PMDB.
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NO FOGO CRUZADO
Wagner Montes (PSD) se sentou entre Freixo e Flávio Bolsonaro (PP), mas não “escrachou” ninguém: cumprimentou ambos com abraços e beijos.
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AMOR DE BISAVÓ
“Jorginho, sua bisa te ama!”, gritou, emocionada, a bisavó de Jorge Felippe Neto (PSD). Na plateia, o avô do deputado, Jorge Felippe (PMDB), presidente da Câmara de Vereadores, era só alegria. Já o pai, Rodrigo Bethlem, envolvido em escândalos de corrupção, não apareceu.

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Reportagem O DIA - Leandro Resende

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