Por paulo.gomes
Rio - Agentes da Polícia Federal estão desde o início da manhã desta quinta-feira na sede da Prefeitura de Itaguaí, na Região Metropolitana, deflagrando a Operação Gafanhoto. Os policiais encontraram uma lista de supostos funcionários fantasmas, que traria um prejuízo aos cofres públicos de R$ 1,5 milhão por mês. A PF investiga se a nomeação desses funcionários foi feita após indicações de vereadores.
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Uma das suspeitas é que casa parlamentar teria direito de indicar até 30 funcionários fantasmas para o município. As investigações apontam também que com licitações fraudulentas, contratos irregulares, "laranjas" e funcionários fantasmas, a prefeitura gaste R$ 10 milhões por mês.
Polícia Federal investiga algumas irregularidades que teriam sido cometidas pelo prefeito Luciano Mota no município de ItaguaíSeverino Silva / Agência O Dia

O objetivo da operação é desarticular uma quadrilha que atuava na prefeitura desviando verbas públicas. Segundo a PF, o grupo seria liderado pelo prefeito Luciano Mota, que ainda não foi localizado pelos agentes. Os policiais cumprem 11 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de condução coercitiva em outros municípios além de Itaguaí, como Mangaratiba e Niterói.

Em Mangaratiba, os policiais foram até na casa da mãe do prefeito. As buscas, de acordo com a Polícia Federal, visam localizar e apreender documentos, valores de origem ilícita e bens móveis adquiridos com o dinheiro desviado.
População de Itaguaí comemorou a ação dos policiais federais na prefeitura local com fogos de artifícioSeverino Silva / Agência O Dia

Além do prefeito Luciano Mota, a quadrilha, segundo a PF, envolve três secretários municipais (Assuntos Extraordinários, Transportes e Turismo) e um gerente de empresa de coleta de lixo que presta serviço na região. Moradores do município comemoraram a ação dos policiais com fogos de artifício.

Em setembro, a Polícia Federal já havia apreendido uma Ferrari, avaliada em cerca de R$ 1,5 milhão, que era usada pelo prefeito. O luxuoso carro, modelo 458 Itália, seria um dos indícios de desvio de verba pública que está sendo investigado no inquérito 0345/2014. Herdeiro de um areal, Luciano, segundo sua assessoria, alugou o carro no ano passado e o teria devolvido em dezembro.

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Em março do ano passado, o Tribunal de Contas do Estado pediu explicações ao prefeito sobre o aluguel de 185 carros para o município. A locação chegava ao valor de R$ 7,1 milhões por ano. Com toda esta quantia, calcula-se que era possível adquirir 200 carros populares.