Bons Velhinhos se reúnem para tradicional macarronada na Tijuca e aproveitam encontro anual para aparar a barba branca
Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Para encerrar com chave de ouro as festividades de Natal deste ano, Papais Noéis de diversos lugares do Rio se reuniram na manhã desta sexta-feira, na Praça Afonso Pena, na Tijuca. Antes de comerem a tradicional macarronada servida pelo restaurante Caçador, 22 Bons Velhinhos arrancaram sorrisos de crianças e adultos enquanto passeavam pela praça e, finalmente, colocaram suas barbas de molho — ou melhor, apararam elas.
Sem as roupas vermelhas e os gorros, os Papais Noéis relaxaram em uma longa mesa. Ao reviveram histórias vividas durante o período natalino, compartilharam momentos, alguns emocionantes. “Na sexta passada eu recebi uma mãe com duas crianças no shopping. As crianças, uma de 4 e outra de 8, me pediram para trazer o pai delas de volta. Sem saber, só respondi que, de onde quer que ele esteja, ele gostaria de vê-los felizes. Em seguida, a mãe me disse que o marido havia morrido recentemente”, conta Ricardo Nery, de 56 anos, Papai Noel há 11.
Na cadeira do barbeiro, Ricardo Nery, que ficou em terceiro lugar no concurso de melhor Papai Noel, resolveu tirar dez vez a barba — o que não fazia desde maio. “A barba é só um adorno, porque o verdadeiro Papai Noel está dentro de nós”, explica Ricardo.
Já Roberto Carlos, de 42 anos, disse que, com barba postiça e um pouco de maquiagem, é possível assumir o posto do Bom Velhinho. Ele, que trabalhou como Noel no Shopping Pátio Mix, em Itaguaí, ganhou o segundo lugar do concurso de melhor Papai Noel do ano, com 3.412 votos. “ É gratificante receber o amor e o carinho das crianças e adultos”, afirma Roberto, que veste o roupão natalino há 15 anos.
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O primeiro lugar coube a Simon Komarov, de 67 anos, com 4.101 votos. Ele foi Papai Noel no Village Mall, na Barra. Ele diz que chegou a receber pedidos de adultos. “Eu atribuo o prêmio à credibilidade, simpatia e alegria com que trabalhei nesses 40 dias. Eu saía pela garagem para não correr o risco de alguma criança me ver vestido com roupas normais”, conta Simon.