Por paulo.gomes
Rio - Empossado na manhã desta quinta-feira, numa cerimônia rápida na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o governador reeleito, Luiz Fernando Pezão (PMDB), aproveitou seu discurso para reconhecer que o estado vive uma crise econômica. “Não vou ter a ousadia de chamar a crise de ‘marolinha’, mas nós vamos enfrentar essa crise, tornando esses momentos difíceis nos momentos das oportunidades”, afirmou Pezão.
Num discurso de 24 minutos, recheado de promessas para as áreas de saúde, educação e segurança, o governador reeleito exaltou o seu antecessor, Sérgio Cabral, responsável, segundo ele, “pelos melhores momentos” de sua vida.
Depois de discursar por 24 minutos na Alerj%2C o governador reeleito Pezão%2C o vice Francisco Dornelles e suas mulheres foram para o Palácio GuanabaraAndré Luiz Mello / Agência O Dia

“Foram momentos difíceis, mas foram os melhores. Quando nós assumimos, em 2007, era um quadro muito difícil, e o Sérgio fez um governo com muita determinação”, disse Pezão, que fez elogios ao governo de Cabral em outras quatro oportunidades. “Com ele, aprendi muito de gestão, com generosidade, carinho e o olhar para aquelas pessoas que mais precisam.”

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Sorridente, o governador prometeu usar a criatividade para amenizar a crise econômica e garantiu que “não deixará a peteca cair”. Ao lado do vice-governador Francisco Dornelles (PP), Pezão afirmou que vai transformar a crise econômica causada pela situação do país e pela queda do valor do barril de Petróleo em “momentos de oportunidades”.
Os pais de Pezão%2C Darcy e Ercy de Souza%2C ficaram emocionados na posseJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

“São momentos difíceis, mas a gente vai saber controlar cada recurso. Vou fazer de tudo para que o Estado não perca um minuto discutindo a sua crise”, afirmou. “O Rio não vai parar de crescer. Se tem um estado que vai ajudar o Brasil a crescer, (esse estado) será o nosso.”

No discurso, Pezão lembrou sua trajetória como vereador e prefeito de Piraí, agradeceu aos pais, Ercy e Darcy de Souza, presentes no plenário da Alerj, e cobrou que seus secretários trabalhem “de segunda a segunda”. Agradeceu nominalmente ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Citou também seu “pupilo” Felipe Peixoto, novo titular da pasta de Saúde, ao reconhecer deficiências e prometer melhorias na área: “Temos uma dívida muito grande na saúde. Quero investir muito na atenção básica.”
O prefeito Eduardo Paes e o cardeal Orani Tempesta foram à Alerj José Pedro Monteiro / Agência O Dia

Na próxima quarta-feira, ele irá a Brasília com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, para se reunir com o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Como fez durante a campanha, o governador prometeu dar maior atenção aos municípios e ser “o segundo prefeito de todas as cidades”. Em determinado momento, cumprimentou seus adversários durante a campanha e fez uma convocação “para o bem do povo do Rio neste momento de dificuldade”.

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Governador eleito no Estado do Rio de Janeiro%2C Luiz Fernando Pezão assume seu mandatoBruno de Lima / Agência O Dia
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‘Não tenho pretensão de ser conselheiro’
Mais aplaudido do que o governador reeleito, Cabral atendeu, sorridente, a todos na saída, com uma simpatia que havia sumido desde os protestos de junho de 2013. Questionado sobre seu papel na gestão que se inicia, o ex-governador garantiu que não vai interferir nas decisões de Pezão. “Não tenho nenhuma pretensão de ser conselheiro. Estamos muito bem entregues. Serei apenas companheiro, não vai ter nada de interferência porque isso não é bom para ninguém. Nunca fui assim”, garantiu.
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Pai de Pezão, Darcy emocionou-se durante a cerimônia e declarou ao final que não imaginava que ele um dia poderia se tornar governador do Rio. “Prefeito eu até poderia acreditar, vice-governador, talvez, mas governador nunca. Estou muito feliz”, comemorou.