Por marcello.victor
Rio - A movimentação de pedestres e de veículos foi intensa durante toda a madrugada desta quinta-feira, primeiro dia de 2015, na Zona Sul do Rio, após a tradicional queima de fogo da virada na orla de Copacabana. Houve congestionamento nas principais vias de saída de Botafogo, Lagoa e São Conrado. No terminal de ônibus na Enseada de Botafogo, a oferta de coletivos foi grande. Quem aguardou o dia clarear foi brindado com um belo nascer do sol.
Por volta das 3h, milhares de pessoas ainda deixavam Copacabana pelo Túnel Novo. Com a proibição da circulação de ônibus pelo bairro, quem seguia para o Centro ou para a Zona Norte tinha que andar até o terminal rodoviário provisório na Enseada de Botafogo. O pedagogo Fernando Felipe, de 33 anos, percorreu a pé a orla do Leblon até Botafogo - cerca de dez quilômetros - para voltar para casa no Catete.
O público que acompanhou a festa de Réveillon em Copacabana%2C utilizou os ônibus para deixar a Zona SulAlexandre Brum / Agência O Dia

"Não passava nada. Os táxis cobrando preços absurdos como R$ 70 por uma corrida até a minha casa. Muitos estavam escolhendo as corridas que fariam. Vi coisas assim absurdas. Resolvi vir a pé até aqui. Agora vou aguardar. Se não passar ônibus vou ter que caminhar até lá", disse Felipe, embarcando pouco depois em um ônibus da linha 161 (Leblon-Lapa).

O assistente comercial Rafael Rasinhas, 33, estava revoltado com o descaso de taxistas, que mesmo com o veículo sem passageiros desprezavam o pedido de parada. Ele acabou embarcando em um veículo particular. Após o motorista cobrar R$ 150 pela corrida, o valor ficou acertado em R$ 100, considerado o correto por Rafael, por uma viagem de táxi cobrada no taxímetro até a Praça Seca, onde mora.

Rio foi abençoado com um belíssimo nascer do Sol na Praia de CopacabanaAlexandre Brum / Agência O Dia

"Você está vendo aí. A gente acena e eles não estão nem parando. Estão escolhendo roteiro. Um taxista chegou a me dizer que a Praça Seca era muito longe. De ônibus eu não vou. Prefiro pagar para ir com conforto", decretou o assistente comercial.

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Após caminhar 20 minutos de Copacabana até a Enseada de Botafogo, o arrumador Jacson de Oliveira Barbosa, de 29 anos, embarcou rapidamente em um dos muitos ônibus à disposição da linha 455 (Méier-Copacabana). Ele seguiria até a Central do Brasil e de lá pegaria outra condução para Vilar dos Teles, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. "Tem muita oferta de ônibus para o Centro e não está tendo confusão. Vamos conseguir embarcar sem problemas", afirmou.
Segurança da empresa, porém, acabaram se envolvendo em uma briga com três jovens que atrapalhavam o embarque de passageiros em um dos ônibus. Um dos rapazes, que estaria embriagado, agrediu um deles com um soco e houve revide. Guardas municipais tiveram que intervir.
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Quem se deslocou para a Zona Sul de carro enfrentou trânsito lento no meio da madrugada no sentido Barra da Autoestrada Lagoa-Barra, na Avenida Salvador Allende, na Avenida Nações Unidas, sentido Aterro do Flamengo, e na Praia de Botafogo.

Para quem acompanhou a queima de fogos na orla e resolveu esticar até o início da manhã não se arrependeu. Milhares de pessoas se concentraram nas pedras do Arpoador para aguardar o primeiro nascer do sol de 2015. Com tablets, celulares e câmeras fotográficas, quem estava no local aplaudiu os primeiros raios do astro-rei.

Para o turista francês Clément La Torre, de 26 anos, o Réveillon na orla do Rio foi inesquecível. Após a queima de fogos em Copacabana ele disse que não resistiu a um banho de mar, coroado com o primeiro sol do ano. "Gostei muito, muito, muito de tudo. Foi esplêndido!", disse ainda empolgado o estudante de psiquiatria, de férias há um mês no Brasil.

Cariocas e turistas esperaram até que o Sol nascesse no primeiro dia de 2015 na Praia de Copacabana%2C na Zona SulAlexandre Brum / Agência O Dia