Por nicolas.satriano
Rio - O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) concluiu que o conselheiro Júlio Lambertson Rabello e a professora de Educação Física Alessandra Pereira Evangelista que, estava lotada no gabinete dele, mas era, na verdade, sua personal trainer, não cometeram nenhum tipo de irregularidade.
O episódio foi denunciado pelo DIA, em outubro. De acordo com o relatório final da Comissão de Sindicância, composta por servidores, Alessandra assinava os cartões de ponto do gabinete, o que comprova que ela cumpria suas atividades como funcionária pública.
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“(...) os cartões foram devidamente atestados pelos servidores que exerceram o cargo de chefe de gabinete do conselheiro Júlio Rabello”, alegou o TCE-RJ, por nota. Por via das dúvidas, o presidente do TCE-RJ, Jonas Lopes de Carvalho Júnior, que homologou o resultado da sindicância, decidiu acatar a sugestão da Comissão que fez a análise. A partir de agora, todos os cartões de pontos dos servidores devem ser datados nos primeiros dias do mês seguinte.
A professora Alessandra ia à casa do Conselheiro dar aulas para família. À tarde%2C atendia a outros clientesEstefan Radovicz / Agência O Dia

Segundo o TCE, a sindicância confirmou que Alessandra exercia funções de assessoria administrativa, “como recepção, arquivamento de documentos e auxílio às secretárias do gabinete”. Em seu depoimento, ela contou que era personal trainer do conselheiro há mais de 15 anos e “que essa atividade não a impedia de exercer suas funções no Tribunal”.

Apesar de a comissão ter considerado lícita a situação da personal e do conselheiro, como revela o relátorio, o caso ainda não está encerrado. Um inquérito instaurado, em outubro, pela 7ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania, investiga o pagamento ilegal à instrutora. O caso está em fase de diligências.

Alessandra foi exonerada por Rabello um dia após a publicação da reportagem do DIA. Apesar de agora ter sido ‘absolvida’, ela não teria mais interesse de retornar à função de comissão de Assistente CCDAL5, que lhe rendia um salário de R$ 9.547,68. Ela estava no cargo desde 21 de maio de 2010.
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Na época, Alessandra foi procurada e disse que tinha seus horários pela manhã ocupados — na época ela dava aulas para Rabello e sua família por volta das 8h30, na casa deles —, mas que poderia atender na parte da tarde. “Dependeria do horário que você tem de disponibilidade e de onde você gostaria de estar malhando (sic). De manhã, eu tenho um aluno fixo já, no primeiro horário. Até dez e pouca da manhã, eu estou presa (...). É o horário mais tranquilo para mim, este horário da tarde”, disse a personal, ao ser questionada pela repórter — que se passou por interessada em ter aulas de ginástica — se poderia ter aula às 15h ou 16h.
Quando foi questionada sobre quanto cobrava pelas aulas, Alessandra disse que dependeria do local. “O preço que vou ter que te dar é mais ou menos de acordo com o local (...), cada academia tem um sistema de trabalho, entendeu?”, explicou ela, para a repórter.