Estatuetas avaliadas em R$ 40 mil são encontradas no lixo na Barra da Tijuca
Decorador achou peças perto de caçamba próximo a endereço nobre da Zona Oeste da cidade, no meio de caixas de papelão
Por nicolas.satriano
Meneghine achou três peças do escultor Mário Morel AgostinelliCarlos Moraes / Agência O Dia
Rio - Em meio ao lixo de um nobre endereço do Rio, caixas de papelão abarrotadas de entulhos escondiam, na última sexta-feira, um tesouro. Abandonadas próximo a uma caçamba localizada entre a Rua John Kennedy e a Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, três obras de arte pareciam ‘implorar’ um destino mais digno. Avaliadas em cerca de US$ 15 mil (aproximadamente R$ 40,5 mil) foram parar nas mãos do decorador e empresário de eventos Eder Meneghine.
As obras, que têm entre 30 cm e 35 cm de altura, são do pintor e escultor Mário Morel Agostinelli, um peruano radicado no Brasil que fez sucesso nos anos 80 e se transformou em um dos maiores nomes na escultura do país. “Além disso, o Mário foi meu amigo pessoal e tenho outras cinco peças suas, sendo um quadro, em meu acervo pessoal. Só posso acreditar que o descarte foi feito sem qualquer atenção pelo proprietário, pois hoje em dia não se valoriza tanto mais a arte”, analisou.
Descoberta
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Segundo Eder, ao virar a esquina da praia, o pé de mármore de uma das esculturas lhe chamou atenção. Foi então que ele descobriu que, dentro da caixa, havia outras duas estatuetas.
“Na hora só as retirei dali e coloquei no carro. Depois, com calma, vi do que se tratava. Uma das escultura, é a ‘Mulher em Movimento’, de 1980. Com calma, pesquisei em um site de leilão que as últimas peças do artista foram comercializadas por pelo menos US$ 5 mil. É um lixo emergente”, se diverte.
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Apesar do ditado popular ‘achado não é roubado, quem perdeu foi relaxado’, o decorador informa que não será intransigente em uma possível devolução ao antigo proprietário. No entanto, Eder avisa: quem se desfez das esculturas, terá de comprovar a posse com todos os documentos necessários.
“Conversei com os meus advogados e sei que não estou cometendo crime nenhum. Mas devolvo se me apresentarem a nota fiscal da compra e todos os documentos de legalidade do proprietário”, comentou.
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No entanto, apesar da postura, o mais provável é que as obras acabem sendo doadas a uma instituição de caridade. “Não lutei por elas, portanto, acredito que este achado possa ajudar e atender algumas crianças desamparadas”, disse Meneghine.