Por nicolas.satriano

Rio - O PMDB do Rio estará nesta quarta-feira em peso na Câmara dos Deputados, em Brasília, para tentar eleger o deputado Leonardo Picciani (RJ) na liderança da bancada do partido. O empenho da cúpula fluminense do partido é grande: tanto o governador Luiz Fernando Pezão, quanto o prefeito Eduardo Paes liberaram secretários para garantir votos para o filho do cacique Jorge Picciani, presidente regional do PMDB. Leonardo Picciani disputa a liderança com o baiano Lúcio Vieira Lima.

Voltaram à capital Pedro Paulo Carvalho — que deixou provisoriamente a secretaria municipal de Coordenação — e Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sergio Cabral. Cabralzinho, como é chamado, ocupa a Secretaria dos Esportes no governo Pezão.

Leonardo Picciani conta com 36 do total de 66 votos para se elegerDivulgação

Para aumentar o placar a favor de Leonardo, Eduardo Paes nomeou secretário o deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ). No seu lugar, assumiu em Brasília o suplente Marquinhos Mendes, do PMDB. Com o ato, o prefeito dá a Picciani mais um eleitor. Tanto Paes quanto Pezão se engajaram pessoalmente na campanha pelo filho de Jorge Picciani. Ambos chegaram a ligar para mineiros e capixabas atrás de votos.

Nesta terça-feira, a campanha do Rio contabilizava 36 dos 66 votos. “Acho que podemos chegar amanhã (esta quarta-feira) a 40”, diagnosticou Picciani.

Contra o deputado fluminense, porém, Vieira Lima tenta convencer seus pares do que chama de “risco de apostar numa única cesta”, referindo-se à eleição de Eduardo Cunha, também do Rio, para presidência da Câmara. “Tenho falado ao pé do ouvido dos companheiros dessa possível dobradinha, sobre não apostarmos tudo numa única cesta”, revelou o baiano por telefone. Sua estratégia tem sido apelar para o regionalismo.

Uma coisa é certa, porém. Seja quem for o eleito hoje, a liderança peemedebista entrará para a conta das recentes derrotas sofridas pela presidenta Dilma Rousseff (PT), na articulação de seu governo com a Câmara.

Tanto Vieira Lima quanto Picciani votaram e fizeram campanha para o presidenciável tucano Aécio Neves. Ainda houve a vitória de Cunha contra o petista Arlindo Chinaglia (SP) e a saída de Henrique Fontana (PT-RS) da liderança do governo. Fontana, contestado pelo PMDB, foi substituído por José Guimarães (CE), reconhecido pelos peemedebistas.

“Tenho boas relações com gente do PT e da oposição. Posso dizer que me relaciono bem com o conjunto da Casa”, garantiu Picciani, acrescentando que há “disposição da bancada para o diálogo”. “Não é o líder que define as posições, é a bancada”, completou.

Vieira Lima também adotou a mesma linha conciliatória. “Antes de qualquer coisa, vou ouvir meus pares.”

Para não melindrar ninguém, José Guimarães diz que, como líder do governo, tentará trazer a bancada do PMDB de volta para a base do governo. “Sempre com muito diálogo, seja quem for o eleito”, disse.

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