Por nicolas.satriano

Rio  - Quando limpava a arma nesta quarta-feira, o soldado da Polícia Militar Luciano Batista Coelho não poderia imaginar que um tiro, disparado por acidente, pudesse liquidar com três vidas ao mesmo tempo. A bala que saiu do revólver atingiu a cabeça da filha dele, de apenas 11 meses, e destruiu a vida de sua mulher, com quem se casou no domingo, além da dele mesmo.

O caso aconteceu em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, onde o PM mora. Desesperado, ele ainda levou a pequena Eloá para a Unidade de Pronto Atendimento da cidade, mas a bebê não resistiu. Colegas do militar, que pediram para não serem identificados, contaram que o PM entrou em choque e falou até em se matar.

O PM com Eloá%3A colegas dizem que preocupação com filha era constanteReprodução Internet

Coelho é lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha, no Complexo do Alemão, e está na PM desde 2009. Os colegas da UPP o consideram um policial experiente justamente por participar de patrulhamento nas ruas. “Não entendo como isso foi acontecer justamente com ele”, disse, incrédulo, um cabo da unidade.

Há cerca de um mês, Coelho postou em sua página no Facebook um gráfico, feito pelo Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, que ensina a prevenir sufocamentos de bebês, após a amamentação. “A preocupação com a saúde da filha era constante. Ele sempre falava nela com a maior alegria”, lembrou um outro policial que o conhece.

Ainda de acordo com PMs que convivem com o soldado, a arma teve que ser apreendida para que ele não tentasse se matar. “A menina era tudo na vida dele. Ele era maluco pela filha”.

O soldado é formado em Educação Física e se preparava para fazer o curso de ingresso no Batalhão de Operações Especiais (Bope). Em perfis dele nas redes sociais, se mostrava orgulhoso do trabalho, postando fotos junto a presos e apreensões, mas reservava as informações da família a grupos restritos.

Policial pode ser expulso da corporação

Em nota, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou que foi aberto um procedimento de Averiguação Sumária. Segundo o delegado da 125ª DP (São Pedro da Aldeia), Carlos Abreu, as circunstâncias do homicídio estão sendo investigadas. Uma perícia foi realizada no local. “Luciano já foi ouvido e estamos aguardando que a mulher dele tenha condições de prestar depoimento também”, explicou Carlos Abreu. Até a noite de ontem, não havia informações sobre o enterro de Eloá.

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