Por nicolas.satriano

Rio - A cidade já foi "refundada". Estácio de Sá chegou à praia na Fortaleza de São João, na Urca, na Zona Sul, e entregou a chave do Rio nas mãos do atual prefeito Eduardo Paes. E isso tudo aconteceu neste domingo pela manhã, em cerimônia cívico-militar, às 7h30, para comemorar os 450 anos da Cidade Maravilhosa. 

Bruno Estill Senra, 24, ator que protagonizou, junto com Paes, a cerimônia de entrega da chave da cidade, nasceu no dia sete de março, menos de uma semana depois do aniversário da cidade. Carioca (óbvio), Bruno contou que vem gostando de fazer o papel de Estácio de Sá. O jovem participa de um grupo de teatro que tem, nos últimos meses, encenado parte da história do Rio. Com uma roupa de época baseada em pesquisa histórica que buscou identifcar tecidos e materiais daquele tempo, Bruno disse que se preparou uma semana para interpretar o papel.

"Não é todo dia que a gente tem o privilégio de fundar uma cidade", brincou. 

O ator Bruno%2C que interpretou Estácio de Sá%2C e o prefeito Eduardo Paes%2C que recebeu das mãos do artista as chaves da cidadeFernando Souza / Agência O Dia

E quando canhões disparavam balas de festim para anunciar a chegada de Estácio de Sá, enquanto uma caravela cruzava o mar, o general Dilson Corrêa de Sá Benevides, ou só General Benevides, como é conhecido, se emocionava com a homenagem feita a seu parente mais que distante. O militar integra a 16ª família do fundador da cidade. Parente, agora sim, mais próximo de Corrêa de Sá, primo de Estácio. Este, por sua vez, não deixou filhos.

"É uma honra participar do evento porque além de ser a comemoração de mais 1 ano da cidade do Rio, é também uma homenagem a Estácio de Sá, que desbravou estes mares e estas matas", disse o general.

Para ele, a relevância histórica deste evento ajuda a manter a memória da cidade viva. Benevides disse ainda que se seu parente distante estivesse vivo, pediria a Eduardo Paes segurança e mobilidade.

Prefeito Eduardo Paes e arcebispo Dom Orani Tempesta na Igreja dos Capuchinhos%2C na Tijuca%2C Zona Norte do RioFernando Souza / Agência O Dia

Imagem de São Sebastião é escoltada por voluntários

A missa no Santuário Arquidiocesano de São Sebastião acabou às 10h, durante a celebração Paes leu trechos da bíblia, assim como a primeira dama. A chave recebida na Praia do Forte foi então depositada pelo prefeito aos pés da imagem de São Sebastião. 

Segundo o prefeito, o poder público tem o caminho de guiar a cidade e a Igreja Católica esteve junto desde o início da fundação da cidade. O arcebispo do Rio, Dom Orani, também comentou o papel da religião na fomração do Rio: 

"Se preservarmos o passado, a Igreja vai continuar desta forma, com o objetivo de ajudar a sociedade. Ainda mais em calvários, como são as crises no mundo e no país que hoje ocorrem. Queremos pedir paz para a cidade, progresso, a diversidade cultural e das religiões."

A imagem de São Sebastião será escoltada até a Rua da Carioca, no Centro, por batedores em motocicletas. Outros voluntários atuam como Guardas de São Sebastião. Adilson Cosme é um deles. Há quatro anos o homem deixa Cosmos, na Zona Oeste, e vai até a Igreja dos Capuchinhos para ser guardião. O filho, de 19 anos, também é voluntário.  "É um momento importante para mim e para minha família. É uma atividade prazerosa de se fazer", contou. 

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