Por paloma.savedra

Rio - Pelo menos 30% dos integrantes da quadrilha de tráfico de drogas que atua no Jardim Catarina, em São Gonçalo, são menores de idade. De acordo com Fábio Galvão, subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Rio, os jovens praticavam latrocínio e crimes ligados ao tráfico. Para desarticular o grupo, a secretaria, em parceria com a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, realizou uma megaoperação na região, na manhã desta quinta-feira, e prendeu 25 pessoas. 

Denominada 'Amarante', a operação tinha como objetivo cumprir 49 mandados de prisão, expedidos pela Justiça. Desse total, 37 eram para maiores, sendo que 13 já estavam presos e foram cumpridos automaticamente. Os outros 12 eram para apreensão de menores: 6 foram cumpridos nesta manhã. 

Presos durante a operação da Secretaria de Segurança e Gaeco%2C na manhã desta quinta-feiraEstefan Radovicz / Agência O Dia

Ainda de acordo com o subsecretario Fábio Galvão, a investigação começou em agosto de 2014, após a morte de um policial no local. O inquérito aponta ainda atuação da quadrilha em bairros vizinhos, como Guaxindiba, Itaoca e Trindade. Segundo Galvão, a quadrilha não era tão equipada.  "Eles atuavam com armas de menor porte, como pistolas e revólveres", declarou Galvão. 

Além do tráfico de drogas, os criminosos, sob o comando do traficante identificado como Shumaker Antonácio do Rosário, o 'Gordão ou Shumaker', ameaçavam policiais residentes no bairro Jardim Catarina e adjacências, chegando a estabelecer prazos para deixarem suas casas com suas famílias.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ressaltou o trabalho que a polícia está fazendo em prender pessoas liberadas do sistema prisional e pediu revisão da lei: "A polícia vem pagando por falhas de outras instituições e legislação", declarou ele. 

PM foi vítima de emboscada

No ano passado, o soldado PM Dayvid Lopes Athanazio foi assassinado com mais de 30 tiros em uma emboscada no Jardim Catarina. O homicídio foi atribuído pela Polícia Civil à quadrilha liderada por 'Shumaker'. Um delegado lotado à época na delegacia de Alcântara chegou a sofrer ameaças do bando. Integrantes da quadrilha também eram responsáveis por roubos de veículos e pedestres nos município de Niterói e São Gonçalo.

De acordo com as investigações, Shumaker divide o comando da quadrilha com os traficantes Telmo de Souza Capela e Tiago Rangel da Fonseca, o TH. A polícia afirma que o Jardim Catarina era loteado: uma parte pertencia ao traficante Shumaker, apontado como o líder, e a outra era pertencente ao traficante Telmo de Souza Capela, Telminho, e a Tiago Rangel da Fonseca, o TH. TH e Telminho tiveram os seus mandados de prisão cumpridos automaticamente, pois já estavam presos.





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