Rio - Devido aos diversos ataques às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) desde o ano passado, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou nesta segunda-feira que estão sendo promovidos ajustes para dar mais solidez às UPPs. A ideia é instalar bases fixas nas unidades, substituindo os contêineres existentes atualmente e equipamentos de segurança.
Beltrame prometeu esforços, mas ressaltou que a questão da segurança é mais complexa, sendo tratada por ele como "paciente em estado febril", com picos de diminuição e aumento da violência. A afirmação foi feita em cerimônia de posse do novo comandante do Comando Militar do Leste (CML), general Fernando Azevedo e Silva.
"Posso dizer que esse é o o fim do início da UPP. Estamos iniciando um novo momento", declarou Beltrame. Ele explicou que nos últimos 90 dias foi realizado um levantamento no qual foram verificadas as principais necessidades das unidades já instaladas.
“O que muda é que precisamos equipar com estruturas definitivas, precisamos capacitar esses policiais. Começamos pelo São João. Dia 6 abril começam todos os policiais do Morro dos Macacos e vamos providenciar instalações adequadas, equipamento de proteção individual e armas não letais”, completou.
Ele admitiu ainda que, se for necessário, o Bope e o Choque também serão chamados para operações. A população, no entanto, continuará convivendo com picos de violência.
“E isso não é garantia de que nada mais vai acontecer no Rio de Janeiro. Segurança pública é um paciente em estado febril. Difícil de se vencer, vai manter esse estado febril, vai ter pico e hora vai diminuir. Mas é uma situação difícil. E ainda há a crise econômica pela qual passa o país, e que sem dúvida nenhuma poderá ter reflexos para a Segurança Pública levando vocês a ver mais uma vez que ações não ligadas à polícia possam vir a arcar e cair no colo da Polícia”, argumentou o secretário.
Saída do Exército na UPP da Maré
O novo chefe do Comando Militar do Leste no Rio é o general Fernando Azevedo e Silva. Ele chegou ao generalato há cerca de cinco meses e antes estava à frente da Autoridade Pública Olímpica (APO). Questionado sobre os planos para sua gestão, o oficial disse que seguirá cumprindo os acordos feitos pelo governo do estado com o Ministério da Defesa.
“Enquanto estiver em vigor o acordo nós vamos cumprir a missão estipulada ao CML. A previsão em termos de planejamento do Ministério da Defesa e do governo do estado é que começa a substituição para a Polícia Militar esse mês e vai até o final de junho. A previsão é essa. É sempre no final do mês”, afirmou o general.
Participaram da cerimônia de posse do comandante o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo. Também estiveram presentes o secretário da Casa Civil do governo do estado, Leonardo Espíndola, e o deputado federal Jair Bolsonaro (PP).
