Por thiago.antunes

Rio - Duas imagens enviadas ao WhatsApp do DIA (98762-8248) neste domingo mostram três suspeitos de participar da ação que resultou na morte do auxiliar de serviços gerais Alexandre Oliveira, 46 anos, na última sexta-feira, na estação de metrô Uruguaiana, no Centro do Rio. Policiais da Delegacia de Homicídios (DH) analisaram as imagens das câmeras de segurança do local e buscam por informações que levem até os criminosos.

Os agentes vão traçar o caminho de Alexandre para saber a partir de onde a vítima começou a ser seguida e se há outros bandidos envolvidos no crime. O ponto de partida é a câmera interna de um banco próximo à estação. Na imagem, a vítima aparece no caixa eletrônico. A polícia vai requisitar também câmeras de outras agências bancárias da região e do comércio da área.

Três suspeitos são procurados por participar de ação que resultou na morte de Alexandre Oliveira%2C 46 anos%2C na estação de metrô da UruguaianaWhatsApp O DIA (98762-8248)

O enterro de Alexandre, no cemitério do Catumbi, Zona Norte do Rio, foi marcado por revolta dos familiares da vítima. O auxiliar de serviços gerais tinha uma filha e duas netas. Separado e morador da comunidade do São Carlos, no Estácio, ele mesmo criava as netas. Familiares e amigos, que pedem para não serem identificados, desabafaram ao DIA. Uma amiga da família afirmou que as pessoas que mataram Alexandre o conheciam e que achou estranho nenhum policial estar no entorno para tentar prender os assaltantes após a ação.

"Muito querido na favela, um homem honesto. Acredito que Alexandre foi 'dado' e acho que o assalto e a morte dele foram armados por pessoas conhecidas. A violência na cidade está muito grande. Considerava ele como um irmão. Achei muito estranho não ter nenhum policial na área para tentar pegar os suspeitos", disse.

Familiares e amigos participaram do cortejo do auxiliar de serviços gerais%2C morto a tiros na estação Uruguaiana. Clima foi de revoltaMaíra Coelho / Agência O Dia

"Meu filho era muito trabalhador. O homem da família. Era o pilar da casa",acrescentou o pai de Alexandre, durante o velório. Ana Lucia Santos, ex-cunhada, estava presente no enterro e também deu seu relato sobre a morte de Alexandre. "Era um ótimo homem, sem defeito. Gostava as vezes de uma farra, cerveja e um cigarro. Fico triste pois ele não teve nem tempo de se defender", revelou.

Relembre o caso

Alexandre foi abordado pelos criminosos na bilheteria da estação Uruguaiana, no Centro do Rio, às 12h57 de ontem. Os bandidos fizeram dois disparos e fugiram após o crime. No local, houve tumulto e correria durante a ação e a estação foi fechada por mais de três horas.

O delegado titular da Delegacia de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa, que investiga o crime, disse que a vítima foi atingida por dois tiros feitos pelas costas. "Foi uma ação covarde dos bandidos e a investigação está indo na linha de saidinha de banco e latrocínio (roubo seguido de morte). As câmeras serao analisadas para refazer os passos da vitima, identificar os criminosos e efetuar as prisões", disse Barbosa.

Alexandre Oliveira, 46 anos, foi morto na Estação Uruguaiana do metrôFoto%3A Paulo Araújo / Agência O Dia

O crime revoltou quem estava na região, que está com o policiamento reforçado por conta de uma operação de combate à pirataria no Camelódromo da Uruguaiana que ocorre desde a última terça-feira. Após os disparos, a delegada Valéria Aragão, da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Intelectual (DRCPIM) se dirigiu para o local. Na ocasião, a titular da especializada disse acreditar que tratava-se de um crime de latrocínio.

Através das redes sociais, muitas pessoas fizeram críticas por conta do forte efetivo no Camelódromo que não inibiu o assalto. "A Polícia Civil fazendo operação no Camelódromo da Uruguaiana enquanto ladrões roubam em baixo do nariz deles!!!! Literalmente!!!!!", disse um internauta através do Twiter.

Procon diz que processará concessionária

O Procon do Rio disse que entrará com um processo administrativo para investigar a responsabilidade da concessionária Metrô Rio no assalto. O objetivo é apurar se houve falha na segurança da estação. Como informou a autarquia, o Código de Defesa do Consumidor prevê que é responsabilidade da empresa prestar serviços em condições adequadas de segurança, sem colocar em risco a vida e a saúde do consumidor.

Após ser notificada, a concessionária terá 15 dias para prestar os esclarecimentos. Caso o prazo não seja cumprido ou os argumentos não sejam aceitos pelo setor jurídico do Procon Estadual, o Metrô Rio será multado.

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