Por paulo.gomes

Rio - O corpo de Adílio Cabral dos Santos, de 33 anos, morto ao ser atropelado por um trem há três dias, será sepultado na tarde desta sexta-feira, no Cemitério de Irajá, na Zona Norte. O irmão da vítima, Élcio Santos Júnior, não escondeu sua indignação com a SuperVia, que momentos antes da chegada dos Bombeiros para a remoção do cadáver, autorizou que uma composição passasse sobre o corpo do vendedor ambulante na estação de Madureira. As cenas ganharam as redes sociais e chocaram a população.

"Foi muito negligente passar por cima de uma pessoa, mandar passar por cima do corpo de uma pessoa. Mas isso porque também não era parente dele", disse ao Bom Dia Rio.

Parentes da vítima devem comparecer nesta sexta na 29ªDP (Madureira) onde o caso está sendo investigado, para prestar depoimento. Adílio Cabral, era morador do Morro da Serrinha, também em Madureira.

A SuperVia declarou, na tarde de quinta-feira, que a decisão foi tomada para não atrasar o fluxo dos mais de 200 mil usuários do sistema ferroviário. A concessionária afirma que verificou, antes, que o trem era mais alto do que o corpo, e que, portanto, não seria violado. A empresa também alega que, a partir dessa constatação, e diante do risco de se criar um problema maior com a retenção de diversos trens, tomou a decisão, em caráter excepcional considerando que na linha havia três trens lotados (cerca de seis mil passageiros) aguardando para seguir viagem.

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O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório classificou como "desumana" a atitude da SuperVia. “Foi um desrespeito autorizar um trem passar por uma via que está interrompida por um corpo de uma pessoa morta”, afirma.

Segundo ele, a secretaria entrou em contato com a Agetransp para investigar o caso. “Na semana que vem, vou me reunir com Defesa Civil, Bombeiros e a SuperVia para estudarmos um procedimento em caso de mortes na via”, garante.

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